Deputado de MT revela ter sido alvo de "fogo amigo" dentro do PSL

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+ Política
Terça, 29 Outubro 2019 | FolhaMax
O deputado federal Nelson Barbudo (PSL) frisa que jamais votou contra os interesses do presidente Jair Bolsonaro e seu recente “rompimento” com o clã — já desmentido pelo também deputado Eduardo Bolsonaro — é fruto da maldade da revista Época e de outras figuras dentro do próprio PSL. Ele confirmou o racha no partido, que teria começado com a desfiliação da senadora Selma Arruda (hoje no Podemos), e que piorou muito após os episódios envolvendo Luciano Bivar e o Delegado Waldir, respectivamente, presidente e ex-líder do PSL na Câmara.
Em coletiva nesta segunda-feira (29), o deputado mais votado de Mato Grosso expôs que, além de informações pretensamente falsas plantadas à coluna do jornalista Guilherme Amado, ainda teve alguém do próprio PSL que teria “sugerido” colocar o nome dele no meio de uma trama maior, de queimação geral da bancada do partido junto à opinião pública. “Eles queriam atingir todo mundo: Joice Hasselmann, Felipe Francischini, Delegado Waldir e mais uns, até que um caboclo do PSL, que eu não vou dizer o nome, falou: ‘Põe o nome daquele barbudão, eu não gosto daquele m****’. O cara me contou. Usou meu nome, cara. Onde e quando que eu tive um único entrevero com o Bolsonaro?”, colocou.
Durante toda a entrevista, Barbudo fez questão de deixar clara sua ótima relação com todo o clã Bolsonaro que, diz ele, reconhece a fidelidade irrestrita afirmando que, ao contrário do que traz a capa da revista da Editora Globo, jamais votou em alguma pauta contrária ao governo e ainda é dos que mais conseguem votos para o presidente desde os tempos da campanha, e continuou a fazê-lo dentro do Congresso, sempre em matérias que considera de “interesse do país”.
O fogo ateado no governo federal após o desentendimento com o presidente nacional Luciano Bivar resvalou tão longe e em tanta gente que o próprio presidente começou a falar em mudar de partido. Seria um erro estratégico, considera Barbudo, como foi o rompimento com Selma, que acabou indo reforçar outra legenda pequena em ascensão.
“Procurem onde o Bolsonaro disse que eu sou traidor. Ache uma palavra dele. Não houve. Aconteceu todo esse barulho em Mato Grosso. Eu nunca dei um voto contra o governo. Eu sou o terceiro do PSL que mais deu votos para Bolsonaro. Tanto que logo depois que saiu a revista eu fui até o presidente. Quem me recebeu foi o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, que já foi me parando e falando: ‘não precisa nem entrar, já foi tudo esclarecido e o presidente sabe que é tudo mentira’. Tanto é que o próprio Eduardo Bolsonaro falou pra mim que iria gravar aquele vídeo onde não falo nada, porque ele falou que não precisava falar nada que ele mesmo ia esclarecer tudo”, disse, lembrando o “estilo” de comunicação preferido dos Bolsonaro: as lives (transmissões ao vivo) via internet, em mídias sociais.
ENTENDA
A reportagem citada foi publicada na edição da coluna “É”, de Guilherme Amado do último dia 15 de outubro. Sob o título “Os sete deputados e o senador do PSL que Bolsonaro considera traidores”, o ganhador dos prêmios Esso, Tim Lopes e ex-bolsista “John Stanford Knight” da Universidade de Stanford, divulgou uma lista com os nomes dos deputados federais Delegado Waldir (GO), Júnior Bozzella (SP), Joice Hasselmann (SP), Julian Lemos (PB), Nereu Crispim (RS), Felipe Francischini (PR) e Nelson Barbudo como os traíras do presidente. O senador? Major Olímpio, de São Paulo.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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