A discussão sobre a postura do ex-senador Blairo Maggi e seu PP nas eleições municipais 2020 — com uma possível eleição suplementar ao Senado, caso seja confirmada a cassação da senadora Selma Arruda (Podemos) e a possibildade de candidatura dele — pegou fogo, depois que a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, decidiu fazer um limpa em seu gabinete e demitiu todos os afilhados de seu antecessor (Blairo ocupou o cargo até o ano passado), conforme noticiou a Coluna Radar, da revista Veja, em nota publicada nesta quinta-feira (28). “Quase um ano de novo governo e ministros continuam se livrando de afilhados de antecessores. Ministra da Agricultura, Tereza Cristina demitiu na semana passada alguns aliados do ex-ministro Blairo Maggi”, diz a nota.
A revista cita o nome dos exonerados: “Paulo Lima (ex-chefe de Serviço), Kleber Santos (agora ex-coordenador-geral do Departamento de Cooperativismo) e Marcos Pereira (ex-diretor do Departamento de Administração da Secretaria-Executiva) rodaram”. Cogita-se nos bastidores, tanto em Brasília quanto em Cuiabá, a possibilidade de que Blairo Maggi seja candidato a senador, mas ele nega veementemente em toda entrevista.
O debate vinha esquentando há pelo menos uma semana, depois que o megaempresário e banqueiro do agronegócio disse em discurso, durante a inauguração do HMC (Hospital Municipal de Cuiabá), que o Partido Progressista deveria ter candidatura própria à Prefeitura de Cuiabá. Na ocasião, o vereador Diego Guimarães acabou sendo guindado à suposta possibilidade de abrir mão da reeleição na Câmara Municipal para iniciar articulações e assim tentar viabilizar uma virtual candidatura ao Palácio Alencastro.
Mas ele, claro, nega qualquer articulação nesse sentido, mesmo que também tenha ajudado a engrossar o discurso do ex-senador quanto à uma obrigação de protagonismo do PP no próximo certame. Como Diego sabidamente foi reunir-se com Maggi em seu escritório político na sexta-feira (22), as aduções do colunista da Veja só aumentam as expectativas de analistas e dos próprios políticos nesse sentido.
Ou seja, Maggi pode voltar a política após negar com veemência a possibilidade. “Ele é uma pessoa que sempre tive como referência. No tempo que era ministro, sempre me recebia lá em Brasília. E nessa última semana ele defendeu que o PP tenha candidato próprio. Fui dizer pra ele que eu concordo. O Progressista é um dos maiores partidos do Brasil e a segunda maior bancada dento da Câmara Municipal, tem pré-candidatos fortes a vereador e tem que ter candidato a prefeito, especialmente pelo novo quadro político que se apresenta, devido à ausência das coligações partidárias”, considerou o vereador.
Na noite de segunda-feira (18), o próprio Blairo disse que considerava como “necessária uma candidatura própria do PP a prefeito da Capital”, mesmo sem um nome definido a esta altura do campeonato porque para ele o PP corre contra o tempo para firmar-se nesse sentido, inclusive para conseguir trazer para si eventuais novos nomes a fim da disputa com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), o grupo do governador Mauro Mendes e dos irmãos Campos (DEM) e, mais recentemente, com as pretensões do PT em criar uma ampla frente com um arco de alianças entre partidos progressistas de esquerda e centro-esquerda como o PC do B, PSOL e PROS.