A suspensão do contrato com os professores contratados pelo governo de Mato Grosso por parte da Secretaria de Educação gerou polêmica durante sessão legislativa ordinária vespertina nesta quarta-feira (01). O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), criticou em Plenário a decisão tomada pela Seduc de suspender o contrato com os professores contratados. “Não é justo, não concordo. O governo deve rever isso. Eu vou levar essa reivindicação para o governador Mauro Mendes”, disse o parlamentar depois que a decisão da secretaria foi levantada por vários deputados que participavam da sessão.
“É um contrassenso neste momento. Neste período, funcionários das empresas estão todos em casa e ninguém falou nada de não pagar salários. É um momento diferente e acho que o governo tem que rever isso, não é ir dizendo vai embora, quando puder a gente chama você, que história é essa?”, questionou Botelho.
“Quantas empresas que estão todos em casa. Então quer dizer que o governo pode fazer isso com os contratados, os efetivos estão em casa, recebendo normal. Eles porque são contratados são tratados dessa forma, não, tá errado. Tem que ter o mesmo tratamento”, disse o presidente do Parlamento.
“Quero dizer que fiz compromisso com o deputado Barranco de lutar em defesa de vocês. Eu fui professor contratado também, fui efetivo depois, mas o contratado, ele sofre muito. Ele recebe por último, quando tem qualquer dificuldade ele que é colocado nas ruas. É uma dificuldade atrás da outra. Eu acho um mau exemplo que o governo está fazendo de suspender o contrato dessas pessoas agora. Esse momento não é o momento disso. O governo, a Secretaria de Educação está no caminho errado. Vou estar com vocês nessa luta, nessa defesa”, disse Botelho.
O deputado Lúdio Cabral (PT), fez questão de destacar que são mais de dez mil trabalhadores da educação social contratados de forma temporária pelo governo. “A cada ano eles têm os contratos renovados. Por conta da greve do ano passado, que durou 75 dias, o ano letivo de 2020 tem dois calendários. Um que iniciou em fevereiro e outro que iria iniciar no dia 23 de março. Exatamente no dia em que se iniciou o isolamento social e a suspensão das aulas, daí os profissionais agora recebem está notícia”, questionou o parlamentar.
Segundo Lúdio Cabral, “os interinos dessas escolas atribuíram suas aulas na semana anterior e havia o compromisso da Seduc de assinar os contratos e colocar esses profissionais na folha de pagamento, mas de forma surpreendente a Seduc não assinou esses contratos e disse mais, que esses profissionais só terão seus contratos assinados depois que a pandemia acabar. Quer dizer, mais da metade dos interinos, seis mil trabalhadores que estão desde o mês de janeiro sem contrato, aguardando, foram pegos de surpresa com essa medida”.
Conforme Lúdio Cabral, não tem sentido essa medida. O pronunciamento do parlamentar foi reforçado por outros parlamentares. Lúdio fez questão de destacar que essas aulas serão repostas depois do isolamento social. “Não tem sentido, o governo, com essa visão estreita, insensível, desumana, desamparar milhares de trabalhadores que são os contratados temporariamente”, disse.