Declarações de Weintraub e Bolsonaro são irresponsáveis e devem atingir mercado de MT, avalia senador

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+ Política
Segunda, 13 Abril 2020 | OlharDireto
O senador Jayme Campos (DEM) pediu bom senso ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, que recentemente protagonizaram desentendimentos com o o embaixador chinês, Yang Wanming. A preocupação do parlamentar é que as declarações dos brasileiros contra a China reflita nas relações comerciais entre os países.
“Eles não podem em hipótese alguma fazer acusações tão irresponsáveis contra a China. É mais uma vez uma questão ideológica e o Brasil tem que estar acima disso. Precisamos superar essas diferenças, porque isso é pernicioso para o Brasil, na medida que o nosso maior consumidor de commodities é o mercado chinês. O nosso consumo interno já caiu, principalmente no setor da carne. E, além do mais, é bom que se esclareça, alguns tem aquela visão de que o Brasil é o maior produtor de soja e o chinês não vai ter onde comprar, isso não é verdade, os Estados Unidos acabou de registrar uma safra fantástica e daqui a pouco vai se tornar o grande fornecedor do mercado chinês. O Governo tem que rever suas colocações, porque não possível continuar agindo dessa forma. Além do que, o filho do presidente precisa entender que é um deputado federal, não é um ‘João qualquer’. Ele é o Eduardo Bolsonaro e não o Eduardo “Bananinha”, como já foi colocado. Eu fico muito apreensivo, particularmente com a nossa economia aqui de Mato Grosso”, alertou Jayme Campos.
Em mais um capítulo da crise política do governo brasileiro com a China, durante a pandemia do novo coronavírus, a Embaixada do país asiático emitiu uma nota oficial na última segunda-feira (06) sobre a mensagem escrita pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, em sua conta pessoal no Twitter.
Weintraub havia postado em sua conta uma capa do gibi da Turma da Mônica, em que aparecia a bandeira da China e a sua famosa Muralha e escreveu, como o personagem Cebolinha, uma mensagem em que troca a letra R pelo L.
“Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, dizia a publicação.
O deputado Eduardo Bolsonaro, por sua vez, também via Twitter, republicou mensagem de outro usuário, que escrevera: “A culpa pela pandemia de coronavírus no mundo tem nome e sobrenome. É do Partido Comunista Chinês”. O parlamentar ainda acrescentou uma comparação com o desastre nuclear de Chernobyl e disse que o governo Xi Jinping, chamado por ele de “ditadura”, escondeu a epidemia.
Na terça-feira (07), Yang Yang Wanming, resolveu lembrar publicamente o espaço que seu País ocupa na balança comercial brasileira. “Segundo o Valor Econômico, no primeiro trimestre deste ano, o Brasil obteve um superávit de US$ 4,33 bilhões em seu comércio com a China, que representam 77.9% do superávit total do Brasil, e um déficit de US$ 2,73 bilhões em seu comércio com os EUA”, escreveu o embaixador.
Na publicação, Yang não marcou Eduardo nem Weintraub, mas, sim, o Ministério da Agricultura, comandado por Tereza Cristina, com quem o embaixador tem excelente relação.
A China é o principal comprador da soja produzida em Mato Grosso. No ano passado, o País importou 61,1% de todo o grão produzido no Estado, segundo levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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