Governador critica Bolsonaro e avalia que conduta presidencial desencadeia crises
O governador Mauro Mendes (DEM) criticou o comportamento do presidente da República Jair Bolsonaro. Na avaliação do democrata, a conduta de Bolsonaro tem desencadeado as crises enfrentadas pelo Governo Federal nos últimos dias. Entre os episódios criticados estão as exonerações dos ex-ministros Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde).
Mauro explicou que assinou, junto com outros 19 governadores, carta condenando declarações de Bolsonaro contra os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolmbre, ambos do DEM, porque a dupla têm ajudado Mato Grosso. O documento foi divulgado após o presidente da República participar de ato pedindo o fechamento do Congresso e do Supremo, além da reedição do AI-5.
Foram episódios no mínimo lamentáveis. Eu respeito o nosso presidente. Ele chegou à presidência da República com uma característica muito própria de fazer afrontamentos e críticas à classe política e a muitas instituições, mas não dá para governar um País dessa forma. Nós precisamos dialogar, unir, somar forças e competências. Nosso verdadeiro inimigo é o coronavírus e as consequências das paralisações”, declarou o governador durante entrevista ao Programa Opinião, da TV Pantanal, na noite dessa segunda (27).
“Eu respeito o nosso presidente. Ele chegou à presidência da República com uma característica muito própria de fazer afrontamentos, mas não dá para governar um País dessa forma”Governador Mauro Mendes
Entretanto, Mauro criticou os atritos desnecessários provocados por Bolsonaro. Segundo ele, as autoridades precisam preservar as relações constitucionais.
“Não podemos ficar criando desnecessariamente atritos e acho que o presidente em alguns momentos extrapola um pouco. Mas não vou criticá-lo porque ele é nosso presidente, eu sou governador e preciso manter com ele uma relação Constitucional”, completou.
Além de Mauro, assinam a carta os governadores Renan Filho (AL), Waldez Góes (AP), Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE), Renato Casagrande (ES), Ronaldo Caiado (GO), Flávio Dino (MA), Reinaldo Azambuja (MS), Helder Barbalho (PA), João Azevêdo (PB), Paulo Câmara (PE), Wellington Dias (PI), Wilson Witzel (RJ), Fátima Bezerra (RN), Eduardo Leite (RS), Carlos Moisés (SC), João Dória (SP), Belivaldo Chagas (SE) e Mauro Carlesse (TO).
Carta a favor da democracia
Mauro também reclamou das pessoas que o criticaram por ter assinado a carta, que garante ser uma defesa da democracia e das instituições, sem conhecer o teor do documento. Pontua que as pessoas estão formando opinião por postagens em grupos de whatsapp sem conhecimento da realidade.
“A carta era uma defesa da democracia, das instituições brasileiras, que naquele momento apoiava uma pessoa [Rodrigo Maia] que tinha acabado de aprovar uma lei para ajudar os estados brasileiros. Ele aprovou a lei, o presidente fez uma crítica severa, exagerada e aí eu não faço nada? Se o cara faz um movimento para ajudar Mato Grosso, eu não apoio o que ele faz? Eu assinei sim, não quero criar polêmica com o presidente, mas a minha crítica vale para ele e para qualquer cidadão desse País: é hora de trabalhar mais e falar menos”, concluiu.