Mourão diz que MT está alinhado ao Governo Federal e defende legalização de garimpos

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+ Política
Domingo, 07 Junho 2020 | OlharDireto
Dias após o anúncio de aumento expressivo no desmatamento da região amazônica, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão defendeu mudanças na legislação para permitir a ação de mineradoras na área. Mourão é coordenador do Conselho da Amazônia Legal, responsável por definir estratégicas de preservação da região. Segundo o vice-presidente, o Governo de Mato Grosso demonstrou estar “alinhado” a este pensamento.
“Nós tivemos uma ação em um garimpo ali próximo da fronteira com a Bolívia, lá encontramos uma quantidade enorme de pessoas. Mas as pessoas precisam entender que é claro que continuaremos combatendo essas ilegalidades, mas em algum momento nós temos que bater de frente com essa questão da mineração ilegal. O Estado, a União, tem que ter uma legislação pertinente, para permitir que a atividade mineradora ocorra dentro dos parâmetros da nossa legislação ambiental. E o que for disso extraído seja do proveito de todos, ou seja, que dê emprego e renda para as pessoas, que se torne legal para cobrar recursos para o caixa do Tesouro e não dessa forma como está sendo feito. Vamos continuar combatendo as ilegalidades, mas é importante ter em mente essa visão de futuro”, disse Mourão, durante visita a Cuiabá neste domingo (07).
O vice-presidente veio a Mato Grosso para acompanhar os desdobramentos da Operação Verde Brasil 2, deflagrada para ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais direcionadas ao desmatamento ilegal e focos de incêndio na Amazônia Legal.
A operação já resultou na recuperação de R$ 460 milhões ao Estado. Até o momento foram apreendidos 2.811,703 m³ de madeira, avaliados em R$ 2 milhões; 4.500 m³ de madeira apreendida e ainda sob investigação, no valor de R$ 3,6 milhões; 46 tratores, no valor de R$ 23 milhões; 16 embarcações, avaliadas em R$ 9,6 milhões; 43 caminhões, no valor de R$ 6,5 milhões; 123,5 kg de maconha, valor de R$ 200 mil; 206 kg de pasta base de cocaína, valor de R$ 3 milhões; multas ambientais aplicadas R$ 66 milhões e prejuízo ao infrator R$ 113,6 milhões.
“Nós estamos calibrando essa etapa da operação. Na nossa visão, esse tipo de operação tem que continuar indefinidamente até que a gente consiga debelar as ilegalidades em termos de desmatamento, queimadas, venda de madeira, etc. A nossa conversa com o Governo de Mato Grosso tem sido extremamente produtiva. O governador Mauro Mendes e sua equipe têm sido extremamente sintonizados com os nossos objetivos. E aí, eu quero deixar claro para vocês que um desses objetivos é efetivamente parar as queimadas e o desmatamento, por isso desencadeamos a Operação Verde Brasil. A Casa Civil hoje nos apontou quais são as áreas onde temos mais problemas, principalmente a região Noroeste do Estado, próximo a Colniza, pela própria situação da região, não é, que está afastada aqui do centro administrativo. Até mesmo as Forças Armadas têm dificuldades, por não ter unidades sediadas mais próximas de lá”, continuou o vice-presidente, durante coletiva de imprensa.
“Os dados, muitas vezes, são repetidos embora não tenham consistência. Então, uma coisa nós reconhecemos plenamente: houve aumento do desmatamento. Dentro desse desmatamento, no entanto, existe o desmatamento legal. Compete ao estados brasileiros impedir que a ilegalidades ocorram. A operação vai ser estendida. (...) Nós temos uma reunião do conselho de governo na terça-feira e iremos solicitar isso ao presidente. Nosso objetivo é que no segundo semestre a gente tenha um produto pra apresentar que seja: não houve queimada, ou, as queimadas ocorreram numa quantidade minimamente aceitável”, acrescentou Mourão.
No mês passado, o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou Mato Grosso como o estado com a maior área agregada a receber avisos de desmatamento em abril.
A Secretaria de Meio Ambiente do Estado contestou os dados e justificou que a divergência ocorre porque o Estado utiliza um sistema próprio de monitoramento. Implantada no ano passado, a Plataforma Planet - utilizada no Estado - permite o acompanhamento do desmatamento em tempo real.
Neste domingo, Mourão destacou a Plataforma Planet e defendeu que o Conselho da Amazônia Legal unifique estes números, sugerindo a possibilidade de desprezar os dados obtidos pelo Deter. “Um dos objetivos do Conselho Nacional é que tenhamos um sistema único, que facilite a vida de todos os interessados, como o Planet hoje de Mato Grosso”, pontuou.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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