Após a repercussão negativa nos bastidores da Assembleia Legislativa e do Palácio Paiaguás, sede do Governo de Mato Grosso, o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) recuou de deixar a liderança do governador Mauro Mendes, também democrata. Ele também desistiu de deixar os quadros do partido, apesar de ter enviado ao Diretório Estadual do Partido Democratas, no dia 24 de junho, um pedido para ser expulso da legenda.
Em entrevista ao programa Resumo do Dia, o parlamentar desconversou sobre a versão de que teria pedido para deixar a liderança do Governo, por discordar de algumas decisões de Mendes. "Eu sempre respondi que cabe ao governador responder. Se é por gosto do governador não tem problema nenhum, sempre dei essa mesma entrevista. Não teve nenhuma conversa do governador comigo e o secretário Mauro Carvalho [chefe da Casa Civil]. Essa pergunta tem que ser formalizada a eles para que eles possam definir", respondeu Dal Bosco.
Há sete dias, a notícia de que o democrata estava insatisfeito com algumas decisões do governador e por isso havia pedido para deixar a liderança de Mendes, ganhou o noticiário em todo o Estado. No entanto, os comentários não foram nada favoráveis ao deputado, pois nos bastidores comentava-se que ele estaria inconformado com a exoneração do presidente do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea/MT), Luiz Fernando da Silva Flamínio, oficializada no final de abril.
Acontece que o indicado do Dilmar teria sido flagrado fazendo sexo dentro do gabinete, o que motivou a exoneração do cargo preenchido por indicação política e não por critérios técnicos ou merecimento. Dessa forma, a repercussão da possível saída de Dilmar da liderança do Governo, por supostamente, discordar da exoneração, não foi nada favorável ao deputado.
Dilmar Dal Bosco também comentou sobre sua situação dentro do Partido Democratas e disse que vai permanecer filiado à sigla do governador e do presidente da Assembleia, Eduardo Botelho. Ponderou, no entanto, que as bases precisam ser ouvidas.
No ofício enviado ao Diretório Estadual do DEM ele pedia para ser expulso e afirmava que a decisão era "em caráter irrevogável e irretratável", decisão que, segundo ele, era tomada "por motivos de ordem pessoal". Agora, Dal Bosco já mudou de ideia.
"Eu acho que temos que dar mais atenção às nossas bases até porque nós também saímos pedindo votos e a turma que mais pegou, que mais apoiou foi o próprio partido. Quer dizer, nós sabemos que temos coligações e sempre fui claro nisso, vamos respeitar as coligações, vamos tentar de toda maneira não ter atrito em nenhum município de Mato Grosso", observou.
Dal Bosco deixou claro que o foco no momento são as eleições municipais que deverão ser realizadas em novembro ou dezembro. "Vai ter lugar que nós vamos ter mesmo partidos da base um contra o outro, infelizmente acontece. Estamos tentando evitar isso, mas temos que lembrar que o Partido Democratas tem realmente um número bom de pré-candidaturas e temos que ter o cuidado de saber mesclar administração do Governo também com o nosso partido, mas também temos que dar atenção para o partido, governo, é o que vejo que está faltando", ressaltou.