Depois de participar de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e outros integrantes do governo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta terça-feira (25) que deve definir até a próxima sexta o novo valor do auxílio emergencial, menor que os atuais R$ 600, que pretende prorrogar até o fim do ano. Ele participou da abertura do congresso nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em um hotel de Brasília.
"O governo fez sua parte [...] Acredito que nós tenhamos evitado aí a perda de muitos empregos. Apresentou-se o auxílio emergencial por três meses. Já prorrogamos por mais dois, acaba esse mês. E nós pretendemos prorrogar --pretendemos, né?-- até o final do ano, não com este valor que está aí, que pode até ser pouco para quem recebe, mas é muito para quem paga. Quem paga somos todos nós. E não é dinheiro que o governo tem. Isso vem de endividamento. Então, nós estamos negociando", disse Bolsonaro.
"Hoje teve mais uma reunião com equipe econômica [...] Demos mais um passo no tocante a isso daí, porque nós acreditamos que teremos mais um endividamento, não na ordem de R$ 50 bilhões por mês, como é este auxílio emergencial no momento, de R$ 600, mas diminuir um pouco esse valor para ver se a economia pega. Nós temos que pegar. A economia tem que pegar", acrescentou.
Citando a presença de integrantes da equipe econômica no evento, ele disse que o governo vai "continuar fazendo o possível" para que o setor de bares e restaurantes não feche definitiva, e lamentou a informação de que cerca de 30% dos estabelecimentos comerciais tenham fechado as portas de vez.
Sobre a reunião, que discutiu o lançamento do programa Pró-Brasil , pacote de medidas econômicas e sociais que o governo pretende apresentar nos próximos dias, Bolsonaro disse ainda que "outras coisas foram discutidas, e logicamente não batemos o martelo ainda".
Um pedido de Bolsonaro para ampliar o valor do Renda Brasil , programa que irá substituir o Bolsa Família, foi o principal motivo do adiamento. Técnicos trabalham para fechar com cenários e simulações para apresentar ao presidente.
"A gente espera que até sexta-feira esteja quase tudo já definido para nós darmos mais uma ajuda, que é uma obrigação nossa. Não é favor, não, é obrigação nossa ajudar o Brasil a sair da crise que ainda temos e venhamos então voltar à normalidade. No mês de julho agora, o Caged diz que entre demitidos e admitidos tivemos um saldo de 130 mil, isso é muito bom, em parte impulsionado pelo auxílio emergencial. Sabemos disso", comentou.
Nota de R$ 200
O presidente ponderou em seguida que o pagamento do injetou, "por outro lado, dinheiro demais no mercado, papel demais". E disse que esse foi o motivo da criação da nova nota de R$ 200, anunciada no mês passado pelo Banco Central.
"Todo o papel que nós tínhamos foi colocado no mercado, por isso que criou-se a nota de R$ 200, que alguns ficam falando aí... coisas... não tem nada a ver. Os R$ 200 é porque não temos mais papel. Mas papel demais no mercado leva a inflação. E isso aí é o pior mal que pode existir", finalizou.