Pequenos municípios de Mato Grosso vão viver, a partir do ano que vem, uma realidade incomum nos últimos anos: o bipartidarismo.
São cidades em que apenas duas siglas elegeram prefeito e vereadores, algo semelhante ao que houve no Brasil entre 1966 e 1979, quando existiam apenas dois partidos: Arena (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro).
Dos nove parlamentares eleitos em Araguainha - o menor município de Mato Grosso -, quatro são do DEM e cinco do PSL, mesmo partido do prefeito Chiquinho.
No pleito de 2016 em Araguainha, foram eleitos vereadores de cinco siglas.
Em Ponte Branca, serão cinco vereadores do Podemos e quatro do PP. Lá o prefeito eleito Clenei Pereira é do Podemos. Em 2016, foram eleitos representantes de quatro partidos na cidade.
Ribeirãozinho terá quatro vereadores do DEM e cinco do PSDB, dando maioria no Legislativo para o prefeito tucano Ronivon Pereira. Em 2016 havia quatro siglas distintas representadas na Câmara Municipal.
Em Figueirópolis D’Oeste, o prefeito eleito Eduardo (Republicanos) terá uma bancada de cinco vereadores, contra quatro do PSD. Em 2016, eram quatro siglas representadas no Legislativo.
Em Torixoréu, o PSB conseguiu fazer seis dos nove vereadores. O outro partido representado na Câmara Municipal é o PL. Em 216, eram cinco partidos.
Na cidade, a vencedora foi Inês Coelho (DEM), mas sua candidatura foi barrada por decisão da Justiça Eleitoral.
O novo bipartidarismo é consequência do fim das coligações nas eleições proporcionais. A medida, aprovada pelo Congresso na reforma eleitoral de 2017, reduziu o número de siglas representadas nas camaras de pequenas cidades.
O fenômeno se repete em pequenas cidades de todo o Brasil, onde uma em cada 10 câmaras municipais - ou 550 - terá apenas dois partidos.
Nas grandes, não houve essa redução. Em Cuiabá, por exemplo, 17 partidos estarão representados na Câmara a partir de 2021.