Mato Grosso terá um “superferiado” a partir desta exta-feira (26) para tentar conter a proliferação do novo coronavírus. Na noite de hoje, após reunião com os deputados estaduais, o governador Mauro Mendes (DEM) decidiu que antecipará cinco feriados que, juntando com a “Sexta-feira Santa” e dois finais de semana, darão 10 dias consecutivos de folgas, principalmente aos trabalhadores de serviços não essenciais.
Ou seja, entre sexta-feira, dia 26, e domingo, dia 04 de abril, somente os serviços totalmente essenciais irão funcionar nas 141 cidades. As atividades normais voltarão somente no dia 05 de abril, uma segunda-feira.
De acordo com Mauro Mendes, serão antecipados os feriados de Corpus Christi, Consciência Negra, Dia do Servidor Público, Dia do Trabalhador e aniversário dos municípios. "Estamos em uma situação muito delicada em todo o Brasil e em Mato Grosso. Triplicamos as UTIs em um ano, estamos fazendo todos os esforços para abrir mais, porém o sistema de saúde tem limite. Só com o reforço do distanciamento social poderemos frear a contaminação e as mortes", afirmou o governador.
OPERAÇÃO DE GUERRA
Em relação ao anúncio da última sexta-feira, Mauro decidiu não intercalar os feriados. Ainda deu um prazo para a população se preparar para o “superferiado”.
Porém, até o início do "feriadão", segue valendo o decreto que limita a atividade comercial e implanta o toque de recolher após às 21h00. Com as definições na reunião, o Governo encaminhará o projeto de Lei antecipando os feriados para a Assembleia Legislativa.
A expectativa é de que ele seja votado já nesta terça-feira (23). Na reunião, ficou decidido que, com a antecipação dos feriados, será reforçada as fiscalizações para evitar a circulação de pessoas.
Além de policiais nas ruas, devem ser instaladas barreiras nas entradas e saídas de cada cidade. Patrulhamentos na zona rural também devem acontecer.
Prefeitos e deputados alertaram que a população pode se aglomerar em chácaras, rios e balneários. O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi, afirmou que o momento exige novas medidas diante do colapso da ocupação de UTIs e aumento do número de mortes. "Precisamos de medidas duras para impedir o contágio e desafogar o sistema. A situação está muito crítica", opinou.
Durante o final de semana, o governador se reuniu com os integrantes do Gabinete de Situação e expôs a necessidade de se adotar as medidas mais enérgicas. Para o procurador-geral de Justiça, promotor José Antônio Borges, o distanciamento social é a solução mais adequada, que tem sido adotada pela maioria dos países.
"Desde o século XVIII, só existe uma solução para pandemia até chegar a vacina, que é o distanciamento social. É preciso reforçar o isolamento", mencionou.
O presidente da Fecomércio, José Wenceslau Júnior, pontuou a necessidade de toda a população colaborar com o isolamento. "É preciso maior consciência coletiva e fazer os feriados de forma corrida".
Também participaram das discussões a Ordem dos Advogados do Brasil, Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Defensoria Pública, Ministério Público do Trabalho e Tribunal Regional do Trabalho, além da Federação das Indústrias de Mato Grosso e da Famato.