O presidente estadual do Democratas, ex-deputado federal Fábio Garcia, afirmou que, apesar da indefinição do governador Mauro Mendes (DEM) com relação às eleições de 2022, o partido não tem pretensão em outro projeto majoritário. As declarações foram dadas na manhã desta quarta-feira (25), em entrevista à Rádio Capital.
“Eu estou muito tranquilo em relação às eleições de 2022. O Democratas chegará como uma das maiores forças políticas do Estado. Temos o projeto prioritário que é a reeleição de Mauro Mendes e estamos trabalhando a montagem das chapas estaduais e federais. Temos grandes nomes para serem colocados na mesa e vamos colocá-los, mas não vai haver por parte do DEM uma imposição para que a gente participe de outro posto na chapa majoritária, já que a gente tem definido como prioridade, ainda que o governador resista em falar sobre eleição, mas como presidente partidário eu defendo e a maioria do partido defende a reeleição dele”, disse o presidente do partido.
Para Garcia, não é momento de antecipar o processo eleitoral. “Temos que parar com essa mania de que a política funciona para eleição. Antecipar o processo eleitoral é atrapalhar um grande trabalho que vem sendo feito. Acho que Mauro Mendes está certo em não falar de eleição e continuar trabalhando. Lá na frente nós vamos discutir o processo eleitoral e não há que antecipar esse projeto, porque lá atrás Mauro decidiu não ser prefeito e voltar para cuidar da família e das empresas dele”, acrescentou.
Além disso, Garcia destacou que as articulações de chapas para deputados estaduais e federais devem ser feitas após as definições na legislação eleitoral. O partido pretende eleger quatro nomes para a Assembleia Legislativa e dois para a Câmara Federal.
“Nós estamos em um momento de indefinição da legislação eleitoral que vai vigorar, portanto, ainda que a gente converse com muitas lideranças novas, os possíveis candidatos estão esperando essa definição. O que não dá é sair convidando um monte de gente para ser candidato pelo partido e de repente muda a legislação e você tem que desconvidar, e isso eu não vou fazer. Então, vamos esperar a legislação ser definida para que a gente possa consolidar as conversas que a gente vem tendo. Se agora ao longo do mês de setembro não houver nenhuma definição por parte do Senado Federal ou houver uma mudança que tenha que voltar para câmara, já fixa muito difícil que aprove alguma coisa. Então, nós podemos sim começar em setembro as nossas caminhadas pelo Estado para intensificar o diálogo com as novas lideranças”, explicou .
Fábio também não descartou a possibilidade de ser candidato a deputado federal nas eleições de 2022. “É uma possibilidade que será discutida no momento certo com o nosso grupo politico. Eu faço parte do partido e no momento dado nós vamos sentar e definir quem serão os candidatos. Essa é uma discussão que será feita lá na frente. É uma possibilidade e quem definirá é o grupo político que eu faço parte”, revelou.
Em relação à situação do atual vice-governador, Otaviano Pivetta (sem partido), envolvido no caso de agressão contra a ex-esposa, Viviane Cristina Kawamoto, o presidente da sigla comenta que ainda é muito cedo para discutir sobre o assunto e que no momento certo o partido deve avaliar qual será o nome adequado para composição de chapa ao lado de Mendes. “Nesse caso do Pivetta existem duas versões. A versão dele que negou e a da Viviane que o acusa, e esse negócio está sendo tratado na justiça. No momento adequado, que não é a gora, o grupo vai avaliar qual é a o melhor nome para compor a chapa majoritária. Não precisamos nesse momento antecipar nenhum debate porque estamos muito longe dele. Não adianta a gente falar agora sem saber o que vai acontecer lá na frente. No momento certo nós vamos sentar e analisar todos os nomes que serão colocados e qual pode agregar para o Estado”, argumentou Garcia.
CONVITES
O presidente do Democratas também comentou sobre o convite de filiação feito pelo senador Jayme Campos (DEM) ao deputado federal Nelson Barbudo (PSL). “Quem fez o diálogo com o deputado Nelson Barbudo foi o Jayme e eu não participei desse diálogo. Não tem problema nenhum, mas nós somos o Democratas, não somos Bolsonaro. Então se quiser vir, venha independente do Bolsonaro. Nós somos um partido que podemos ou não lá na frente caminhar com Bolsonaro. Se escolher vir para o partido venha para o Democratas pelo Democratas”, declarou.
Em relação à aliança com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Garcia pontua que o DEM tem trabalhado com o nome do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta para uma pré-candidatura à presidência da República, então não há como declarar apoio ao atual Governo. “Hoje o Democratas trabalha uma pré-candidatura do ex-ministro Mandetta, então não cabe falar de aliança eleitoral com Bolsonaro, enquanto o partido tem uma pré-candidatura. Se isso se consolidar está definido o nosso candidato, se não se consolidar o presidente nacional do partido chamará todos os integrantes do partido para tomar uma decisão conjunta sobre isso. Mato Grosso é um estado, de fato, que Bolsonaro tem muito apoio. Hoje ele é ainda o maior cabo eleitoral que a gente possa ter no Estado, isso é um fato que agente não pode negar. Mas, nós fazemos parte de um partido e a gente segue uma decisão partidária tomada pela maioria”, concluiu.