“Traçado é feito por empresa; é impossível atender 141 municípios”
O governador Mauro Mendes (DEM) negou que tenha promovido qualquer alteração no traçado da ferrovia estadual que pudesse prejudicar os municípios produtores da região noroeste e médio-norte do Estado. Segundo ele, o desenho é de responsabilidade da iniciativa privada.
A ferrovia estadual prevê a implantação de 730 km de linha férrea, que vão interligar Rondonópolis a Cuiabá e também aos municípios de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, conectando-se com a Malha Paulista, que leva até o Porto de Santos (SP).
A obra estadual irá atender a uma região em um raio de 500 km, o que impacta 27 municípios diretamente e abrange quase 60 cidades de forma indireta.
Esse traçado [atual] foi proposto por quem vai fazer e tem viabilidade, que é a iniciativa privada, porque é ela quem vai colocar o dinheiro
“Não tenho como levar a ferrovia para 141 municípios. Se existia um traçado [anterior], desconheço. Se tinha, era aquilo que faz em um papel, tem 30 anos e nunca foi executado. Quem fala, fala e não faz, tem valor zero”, criticou.
“Esse traçado [atual] foi proposto por quem vai fazer e tem viabilidade, que é a iniciativa privada, porque é ela quem vai colocar o dinheiro. O Governo de Mato Grosso está dando a autorização para alguém fazer. E o dinheiro é 100% privado”, explicou.
A obra deverá receber investimento total de R$ 12 bilhões e, segundo Mendes, “atende perfeitamente toda a região produtora”.
“Todo o dinheiro é privado, E se essa empresa vai colocar o dinheiro dela, ela escolhe o melhor traçado, sob o ponto de vista de engenharia, de viabilidade comercial. Quem escolheu isso é quem vai pagar”, disse.
O governador voltou a defender que a obra pioneira será um grande marco para o desenvolvimento do Estado, chamando-a de ferrovia da indústria.
“Ela vai melhorar muito a competitividade da indústria de Mato Grosso. Ela nos liga ao Porto de Santos, mas também ao grande mercado consumidor. Vamos levar nosso etanol de milho de trem para São, ao invés de caminhão, e isso vai baratear o frete e nos permitir ter mais indústria, mais emprego e renda no Estado”, ressaltou.