O deputado federal Carlos Bezerra, líder regional do MDB, aconselhou o governador Mauro Mendes (União Brasil) a fazer o máximo de esforço para impedir que o grupo do seu arco de alianças 'rache' nas eleições de outubro. Segundo o 'cacique do MDB', se isso acontecer, todos os partidos devem sofrer.
“A coisa vai ficar difícil, muito difícil, se ele permitir que o grupo rache. Espero que ele tenha sapiência política e não permita isso, que evite, porque é ruim para todos nós. Esperamos que isso não aconteça, mas, se a corda esticar demais, ela termina arrebentando”, comentou nesta terça-feira (22), ao deixar reunião no Palácio Paiaguás.
A possibilidade de divisão do grupo se dá diante do impasse quanto a quem será o candidato ao Senado apoiado pelo governador. De um lado, o senador Wellington Fagundes (PL) tenta a reeleição com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL). Do outro, o deputado federal Neri Geller (PP) entra na disputa com amplo apoio dos partidos que compõem o arco de alianças do governador.
Na segunda-feira (21), o grupo, formado pelo MDB, PSD, PSB e PP, se reuniu para ratificar o apoio a Neri, e pretendia cobrar uma posição de Mauro quanto ao apoio ao Senado em um encontro realizado horas depois. No entanto, as lideranças acabaram saindo desmotivadas do encontro com o chefe do Executivo, que não fez nenhuma sinalização.
Via imprensa, Mauro tem se esquivado da pressão e afirma que, primeiro, precisa decidir seu próprio projeto para outubro, ou seja, definir se será ou não candidato à reeleição. Depois, deve decidir sobre os apoios. Segundo ele, isso deve ocorrer no mês de abril.
Questionado, Bezerra negou que o grupo esteja pressionando para que Mauro tome logo uma posição. Ele reforçou que a candidatura de Neri Geller está consolidada e é irreversível, independentemente de ter ou não o apoio de Mauro, e afirmou que, neste momento, o grupo não está rachado.
“Está havendo muita conversação nos últimos dias. Espero que tudo ocorra normalmente, que a base fique unidade e o projeto de reeleição aconteça”, disse. “A vinda aqui foi para comunicar a ele uma coisa que definimos lá no ano passado. Foi para mostrar pra ele que o projeto andou e que esse grupo, que está mais forte hoje, está em cima desse projeto”, finalizou.