Deputados da Comissão de Viação e Transporte da Câmara marcaram para o dia 8 de julho a vistoria nas obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande. O grupo que participará da visita técnica, contudo, ainda não foi definido. O procedimento atende ao requerimento do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).
A medida tem como objetivo verificar a paralisação da obra, cuja entrega era prevista ainda para 2014, na época da Copa do Mundo. Orçado em R$ 1,4 bilhão, o VLT, ao longo de oito anos, custou aos contribuintes de Mato Grosso mais de 70% do valor previsto. Mesmo com R$ 1 bilhão gastos, no entanto, o governo do Estado decidiu, em 2020, não dar continuidade às obras e implantar um novo modal, o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT, em inglês).
No requerimento, o deputado fluminense Gutemberg Reis apontou unilateralidade do governo do Estado na decisão de substituição do modal. O argumento é o mesmo que do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e do filho dele, deputado federal Emanuelzinho (MDB), que auxiliou na articulação da visita.
No requerimento, Gutemberg citou ainda a decisão do Tribunal de Contas da União de suspender a implantação do BRT e a falta de embasamento técnico para alteração do modal. Processo foi proposto pela Prefeitura da Capital.
“Isso exige que a Comissão de Viação e Transportes realize uma inspeção in loco da obra paralisada para que possa dessa forma contribuir para o alcance da melhor solução do imbróglio que se arrasta por anos, a fim de se evitar mais desperdício de recursos públicos bem como a implementação de uma política pública que não representa o anseio da população, tampouco a melhor e mais eficiente alternativa no âmbito da mobilidade urbana”, defendeu.
Para o deputado José Medeiros (PL), que também atua na defesa do VLT, a conclusão das obras deveria ser prioridade da atual gestão estadual, como também dos governos que o antecederam.
“Todos nós sabemos as irregularidades envolvidas na obra VLT e cabe à Justiça punir os culpados. Agora, a não conclusão do VLT significa jogar do lixo R$ 1 bilhão do povo mato-grossense. É preciso uma intervenção urgente para colocar um fim nesse imbróglio e garantir à população um modal de transporte moderno, limpo e acessível”, afirmou Medeiros, que solicitou a abertura de uma CPI na Câmara Federal para investigar os reais motivos que levaram o governo do Estado a realizar a troca do VLT para BRT.
“É preciso dar transparência a todo esse processo. Já se passaram quase quatro anos da atual gestão estadual e nada foi resolvido. A população está sem o VLT, sem BRT e sem 1 bilhão de reais”, concluiu Medeiros, que acompanhará a vistoria.