Júlio expõe empolgação com a AL e descarta aposentadoria política

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Domingo, 26 Fevereiro 2023 | GazetaDigital
Após ocupar o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE), prefeito de Várzea Grande, governador, senador e deputado federal durante 3 mandatos, Júlio Campos conquistou, aos 82 anos, seu primeiro mandato como deputado estadual.
Com uma extensa trajetória política de 50, Campos foi eleito na disputa eleitoral de 2022 com 33,8 mil votos, se consagrando o 9º candidato mais votado pelo União Brasil no Estado. Júlio ficou afastado de cargos políticos desde que encerrou sua jornada na Câmara de Deputados, em 2015. Nesse período, ele foi diagnosticado com cirrose hepática e submetido a um transplante de fígado.
Recuperado, o parlamentar ostenta boa saúde e empolgação com os desafios que irá enfrentar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Ele, inclusive, se mantém atento às questões partidárias e rechaça a ideia de se aposentar da vida política.
Confira a entrevista abaixo:
GD: O senhor já foi conselheiro, prefeito, governador, senador, deputado federal. Diante dessa longa trajetória na política, o que muda agora e quais os desafios a serem superados na Assembleia Legislativa de Mato Grosso?
JC: Deus e o povo mato-grossense me deram esse privilégio de conceder vários mandatos. Eu completei, no último dia 1º de fevereiro, os meus 50 anos de vida pública. Depois de 10 anos sem disputar eleições, graças a Deus eu conquistei o cargo de deputado estadual, sendo o nono mais votado. Foi uma eleição muito difícil diante de uma estrutura, emendas e da força dos atuais deputados.
Mato Grosso mudou muito, mudou a lideranças políticas do interior, da Capital. Mas como um político bastante conhecido e de muitos serviços prestados, ainda tive um rescaldo muito grande que me proporcionou a eleição. A vinda para Assembleia Legislativa me dá muito entusiasmo, porque é um cargo que eu nunca ocupei.
GD? Quais são os projetos prioritários que o senhor pretende apresentar nesse início do mandato?
JC: Vou batalhar muito pela regularização fundiária em Mato Grosso, temos milhares de famílias que têm a terra, mas não têm documento. Vamos trabalhar pela habitação popular e fazer com que o governo do Estado cumpra o que manda a lei do Fethab, que determina que parte dos recursos sejam destinados para a construção de casas populares.
Também vamos batalhar muito pela valorização da cultura e da geração de empregos e renda. Está na hora de Mato Grosso pensar maior. Somos o maior produtor, mas temos poucos frigoríficos e indústrias. Na educação, estamos batalhando para ter a Universidade Federal de Mato Grosso (Unemat) em Cuiabá e Várzea Grande para atender a população de baixa renda. Ainda queremos estimular o governo nas ações sociais, com a construção de centros de convivências para os idosos e causas pet.
GD: Dois projetos têm gerado polêmica entre os parlamentares no início dessa nova legislatura. O primeiro deles é a PEC do governo que busca limitar a criação de novas áreas de preservação em Mato Grosso. Já o segundo trata da instalação em câmeras em fardas dos militares, apresentado pelo deputado Wilson Santos. Qual é a avaliação do senhor sobre essas matérias?
JC: Acho que essa PEC é de muita importância, porque Mato Grosso tem milhares de reservas transformados em parques e o governo não tem recurso para pagar os proprietários. Há um excesso, se fosse quitar todas as apropriações que tem feito, ia gastar aproximadamente R$ 40 bilhões, mais que o orçamento anual do Estado. É um assunto muito sério.
Em relação às câmeras em fardas, nós estamos aguardando um estudo técnico. Também vamos analisar friamente a parte financeira, quanto vai custar isso e como vai funcionar. Acredito que isso possa ser implantado por etapa, primeiro no pessoal que está na linha da frente. Porém, tudo será estudado com muito carinho e terá que ser amplamente debatido.
O senhor foi um crítico da fusão do antigo Democratas com o Partido Social Liberal (PSL), que deu origem ao União Brasil, justamente pela falta de diálogo. Agora, o partido articula, em nível nacional, uma federação com o Progressista (PP). As lideranças de Mato Grosso têm participado ou sido consultada sobre essa movimentação?
JC: Nem o senador Jayme Campos que está toda semana em Brasília foi convidado para participar das conversas ou ouvido pela direção nacional do União Brasil. É mais um erro seríssimo que está se comentando por não ouvir as bases partidárias. Vamos aguardar, mas vejo que isso já está começando errado, mais uma vez.
GD: O senhor tá no início do mandato aqui na Assembleia, mas a gente sabe que a política partidária faz parte do cotidiano dos parlamentares. Nesse contexto, o senhor deseja pleitear algum outro cargo futuramente ou já pensa em se aposentar da vida pública ao fim do seu ciclo na Assembleia Legislativa?
JC: O futuro a Deus pertencente, eu sou 'pau para toda obra'. Não penso em aposentar. Enquanto tiver saúde, estamos aí. Infelizmente, aqui no Brasil tem o conceito de que a pessoa acima dos 60 anos é idoso. No entanto, o presidente dos Estados Unidos tem 82 anos. O bom é estar com a cabeça boa, inteligência e a capacidade física para continuar.
 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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