O governador Mauro Mendes (União) deve aproveitar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Rondonópolis (214 km ao Sul), nesta sexta-feira (3), para convencer o chefe do Planalto a autorizar a transferência do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães ao Estado.
Mendes tem enfrentado resistência de ambientalistas e aguarda o aval do Ministério do Meio Ambiente para assumir a administração da área, que possui alto potencial para exploração turística.
“Eu não pedi estadualização. Eu pedi uma concessão para o Estado cuidar do Parque. Isso não muda absolutamente nada na lei. As pessoas falam muita bobagem. O Governo de Mato Grosso tem um rol de investimentos previstos para o turismo e o Parque de Chapada faz parte disso”, disse o governador na quarta-feira (1º), ao responder as criticas de especialistas de que a estadualização pode ameaçar a preservação da área.
A unidade de conservação foi leiloada pelo governo Jair Bolsonaro (PL) e atualmente é administrada pela empresa Parques Fundos de Investimento de Participação e Infraestrutura, que pagou R$ 1 milhão à União. O contrato tem validade de 30 anos e prevê R$ 18,5 milhões em investimentos.
Mendes buscar garantir ao governo Federal que os cuidados e gestão da Chapada dos Guimarães forem transferidos ao Governo de Mato Grosso, serão investidos R$ 200 milhões nos próximos 4 anos.
Contudo, interlocutores do governo estadual, já admitiram que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não recebeu o pedido com bons olhos. Nesta semana, a situação ficou ainda mais critica, após o deputado estadual Valdir Barranco (PT), levar ao conhecimento da ministra uma denúncia sobre uma suposta prática de garimpo ilegal dentro do Parque. A atividade estaria sendo promovida por uma empresa da qual Mauro Mendes é sócio.
O governador admitiu ser sócio da companhia, mas rebateu as informações afirmando que o empreendimento atua legalmente. “O deputado Barranco mentiu. É lamentável que ela faça uma mentira descarada como essa. Se a Veja não mentiu, o deputado mentiu. A empresa que nós temos lá é uma atividade mineral que existe há 30 anos e está há 3 km da área de amortecimento, então não tem nenhum problema”, garantiu.