O deputado estadual Júlio Campos (União) aumentou o tom e mostrou irritação com a ideia da comissão provisória do União Brasil de colocar o governador Mauro Mendes como presidente da sigla em Mato Grosso no lugar do deputado federal Fábio Garcia.
O parlamentar disse que não foi informado sobre a decisão, que ele classificou como "tramoia", e que o processo é uma "sacanagem" e "falta de respeito".
A ideia de Mauro assumir a presidência da sigla seria para "apaziguar" os ânimos entre Garcia e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho, que disputam quem será o candidato a prefeito de Cuiabá nas eleições em 2024.
A direção convocou uma reunião para sexta-feira (28) à tarde a fim de definir a composição dos outros cargos dentro da executiva. Esta definição deverá ser chancelada no domingo (30).
Júlio pontuou que o atual presidente da comissão, deputado federal Fábio Garcia, não chegou a comunicar os demais membros sobre a eleição e o possível acordo.
Ele afirmou que caso Mendes assuma a presidência, o União terá que liberar seus filiados para buscarem outras siglas.
"Eu não concordo. Isso não vai ocorrer, isso é sacanagem. Nós elegemos apenas 22 diretórios municipais, e os outros 120? Isso aí seria uma fraude, essa eleição de domingo. Se isso ocorrer, tem que nos liberar pra sairmos do partido", disse o deputado.
O parlamentar ainda disse que ficou sabendo da eleição pela imprensa e previu ânimos exaltados na reunião de sexta-feira.
"Não fomos informados. Depois que liguei pro Fábio Garcia que ele confirmou que teve essa ideia. Na reunião de sexta-feira, o pau vai quebrar se ocorrer", afirmou.
Sem tempo
Júlio esclareceu ainda que sua revolta não se dá pelo fato da possibilidade de o governador assumir a presidência do União. Segundo ele, Mendes não teria tempo para se dedicar integralmente à legenda.
"Ele tem condição se ele quiser como cidadão, como eleitor, como filiado, mas não tem tempo. Isso aí é pilhéria. Como que vai viajar pro interior toda semana para organizar o partido? Nós precisamos organizar o partido em 120 municípios do Estado. Só um uma pessoa desprendida, ou um deputado estadual [conseguiria]", afirmou.
Outro lado
A reportagem procurou a assessoria do governador, mas até o fechamento desta reportagem, Mendes ainda não havia se manifestado sobre as críticas.