O pré-candidato a governador Ludio Cabral (PT) rebateu, neste domingo (29), as críticas do adversário Pedro Taques (PDT) à gestão do PT na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Ele também classificou de "incompetente" a gestão da Saúde em Cuiabá, que está sob o comando do PDT.
Durante ato do PT em apoio à sua candidatura, o petista voltou a tachar Taques de “dono da verdade” e “falso moralista”. E disse que o adversário precisa "lavar a boca" antes de falar mal de seu grupo político.
"Ele precisa estudar e ler mais para falar da Educação em Mato Grosso. Ele precisa lavar a boca antes de falar mal de nós. Porque temos o terceiro melhor índice dos primeiros anos do Ensino Fundamental. Nosso adversário precisa olhar no espelho e ver a lambança que estão fazendo na Saúde em Cuiabá", disse.
"No loteamento de cargos da gestão Mauro Mendes (PSB), a Saúde ficou sob o comando do senador Pedro Taques e seus apadrinhados, e só piorou nesse um ano e seis meses graças à incompetência e ineficiência de Taques e da sua turma. Quitanda é o que estão fazendo na Saúde de Cuiabá”, discursou.
Ludio ainda criticou Taques por ter como candidato a vice Carlos Fávaro, do PP.
“E ele tem que explicar porque tem como vice-governador o partido das OSS (Organizações Sociais de Saúde)”, completou, referindo-se ao fato de o PP ter emplacado o ex-presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, como vice na chapa de Taques.
A sigla implantou a gestão por OSS na saúde estadual, ainda na gestão de Pedro Henry (PP), e comandou a pasta até meados de 2013.
Taques: ganância pelo poder
O candidato petista acusou o adversário de abandonar o mandato de senador na metade, por "ganância e ambição pelo poder".
“Porque antes de ter a sanha, a ambição e a ganância pelo poder de abandonar um mandato pela metade para tentar ser governador, ele tem que mostrar o que fez no Senado além de ficar atirando pedra e pregando o ódio contra o Governo Federal. Ele torceu contra a Copa, e não veio a público reconhecer que errou porque se acha dono da verdade, paladino da moralidade, falso moralista”, completou.
Lúdio ainda respondeu à crítica de Taques sobre “destampar a panela” do governo atual, que teria um “cheiro podre”.
O petista afirmou que seu adversário precisa concluir o mandato no Senado (que é de oito anos) para cumprir as promessas que fez em sua campanha em 2010.
“Pedro Taques tem que tirar a tampa da panela do que ele fez por Mato Grosso em três anos e meio como senador. É uma panela vazia. O que ele fez para a educação, saúde e segurança pública? Eu quero dar a ele a oportunidade de, nos quatro anos e meio de mandato de senador que resta, se esforçar para fazer. Ele terá o apoio do próximo governador para cumprir as promessas que fez em 2010”, provocou Lúdio.
O deputado estadual Ademir Brunetto (PT) cantou vitória e disparou contra os aliados de Pedro Taques.
“Nosso adversário se diz diferente e novidade, sobre um pedestal de arrogância que nos enoja. Mas ao lado dele tem pessoas que conhecemos muito bem, e que têm com um passado que envergonha Mato Grosso. Não precisamos nem citar nomes”, discursou.
Poucos aliados
A candidatura de Lúdio e dos candidatos a deputado do PT serão oficializadas somente nesta segunda-feira (30), em reunião da executiva estadual da sigla. O partido não terá uma convenção tradicional.
O ato deste domingo lotou o auditório da AMM de petistas, e teve a presença de alguns poucos líderes de partidos aliados, como o pré-candidato a senador Wellington Fagundes (PR), o deputado federal Valtenir Pereira (PROS) e o candidato a deputado estadual Francisco Faiad (PMDB).
As ausências mais sentidas foram da candidata a vice-governadora Teté Bezerra (PMDB) e do deputado estadual Alexandre César (PT) – este último era contra a candidatura de Ludio a defendia o apoio do PT ao ex-juiz federal Julier Sebastião (PMDB), que acabou “rifado” pelos partidos aliados na definição da chapa majoritária.
O tom do encontro foi de exaltação do Governo de Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição. O discurso de alinhamento com o Governo Federal, adotado na campanha de Ludio em 2012, foi ressuscitado. A vontade dos líderes de trazer o PSD do deputado estadual José Riva de volta para o arco de alianças também ficou clara.