Cinco candidatos disputam o cargo de governador de Mato Grosso nas eleições deste ano, mas para isso, precisam traçar metas que deverão ser executadas nos próximos quatro anos nas diversas áreas ligadas à administração estadual. Esses compromissos estão previstos no Plano de Governo de cada concorrente e possuem de quatro a 65 páginas. Os documentos foram registrados na Justiça Eleitoral e estão disponíveis para os eleitores no portal do TSE.
O Plano de Governo mais curto é o do jornalista José Marcondes, o Muvuca (PHS). Em apenas quatro folhas, o candidato discorre sobre o que pretende fazer caso se eleja governador. De forma superficial, ele aborda pontos cruciais da gestão, como saúde e educação. Critica a atual situação do Estado e ressalta que é preciso promover mudanças.
Já o Plano de Governo mais extenso é o do senador Pedro Taques (PDT), com 65 páginas. Na carta de compromissos, o pedetista divide suas propostas em cinco eixos estruturais e reforça, com base em dados oficiais, a atual conjuntura de cada área. Em seguida apresenta, de forma detalhada, suas propostas para cada um dos pontos citados.
José Riva (PSD) e Lúdio Cabral (PT), por sua vez, utilizam 36 e 35 páginas, respectivamente. O social-democrata define como base de seu Plano de Governo estruturação, organização, inovação e modernização, investimento e planejamento – prevenção. Destaca como discussões essenciais, por exemplo, os seguintes pontos: violência, saúde, ambiental, índices sociais modestos e logística.
O petista, por sua vez, se concentra em quatro principais eixos a fim de descentralizar e desburocratizar o governo. Como é médico, aborda a saúde como uma das prioridades de sua gestão. O documento revela as necessidades do Estado, porém sem se aprofundar nas questões. Já José Roberto (Psol) utiliza 13 páginas para abranger os diversos segmentos de forma sucinta e apresentar seus planos de gestão.
Análise
Para o analista político Louremberg Alves, que concedeu entrevista ao Grupo Rdnews na última semana, os Planos de Governo dos cinco candidatos deixam a desejar no que diz respeito ao turismo. Por Cuiabá ter sido uma das 12 sedes da Copa do Mundo, acredita que Mato Grosso deveria receber mais atenção no sentido de fomentar o desenvolvimento econômico por meio do turismo.
Além disso, observa que os setores da saúde, educação e segurança são consensuais entre os pretensos governadores, mas chama atenção para os Planos de Governo curtos. “É impossível fazer um plano de governo com quatro páginas”, pondera. Neste sentido, alerta que a população deve se atentar às propostas “para ver se aquilo que estão prometendo no Plano coincide com a programação que estão levando para a TV e para o rádio”. “Se não coincidir, é invenção de campanha”, reforça.