Nervosos e com liberdade de ataque, candidatos ao governo partem para a 'baixaria' em debate
O recrudescimento dos ânimos entre os candidatos ao governo de Mato Grosso, faltando três semanas para as eleições, ficou latente durante debate no estúdio da Rádio Mix FM 94,3 – no bairro Consil, em Cuiabá. Os candidatos da coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’, senador José Pedro Taques (PDT), e da coligação ‘Amor à Nossa Gente’, ex-vereador Lúdio Cabral (PT), partiram para o confronto em campo aberto e não economizaram ataques, tampouco insinuações sobre casos obscuros.
Ludio Cabral acusou Pedro Taques de ser “fujão” ao não participar de debates anteriores e fez ironias com o fato de não saber quem é seu primeiro suplente – que deve assumir o Senado, caso se eleja governador. Em resposta, Taques afirmou que José Medeiros (PPS) é policial federal e o empresário Paulo Fiúza é empresário em Sinop, e que ambos têm gabarito para substituí-lo. Mas não disse que é o primeiro suplente.
“Os dois são homens de bem e orgulharão Mato Grosso, no Senado. Existe uma discussão entre Paulo Fiúza e José Medeiros. E o que eu tenho a ver com isso? Absolutamente nada! Ninguém é insubstituível”, afiançou Taques, elevando o tom de voz.
Pedro Taques fez uma pergunta sobre obras inacabadas e paralisadas, tentando vincular Lúdio Cabral ao governador Silval Barbosa (PMDB). “Mato Grosso possui 673 obras públicas paradas pelo atual governo, que totalizam R$ 759 milhões. É o governo ao qual o senhor representa. O que o senhor vai fazer para concluí-las?”, questionou o candidato do partido de Leonel Brizola.
Lúdio insinuou que Taques é o candidato dos bilionários de Mato Grosso e ironizou sobre a ausência do rival, em debates. “Que bom que o senhor parou de fugir de debates. Senti sua falta em três debates. No debate da TV Record, o senhor não conseguiu responder as contradições que o senhor representa”.
Na resposta direta à pergunta, Lúdio disse que vai bater firme nas empresas. “Vou cobrar com rigor todas as obras públicas. não sou financiado nem amigo de empreiteiros. Não tenho compromisso com empreiteiros nem sou amigo deles. Existe a exigência de qualidade e prazo na entrega das obras. E empreiteiro que for reincidente, será inscrito na lista suja de empreiteiras proibidas de ser contratadas pelo Estado. Daremos transparência para essa lista”, prometeu Mendes Cabral.
Na sequência, Pedro Taques elevou o tom e chamou Lúdio de candidato do Silval, acusando-o de conversa mole e de ser financiado por grandes empreiteiros. “Na campanha de 2012. O senhor recebeu R$ 2 milhões de Filadelfo dos Reis. O senhor é apoiado por José Dirceu, que está preso com João Paulo Cunha e Delúbio Soares. O senhor fez vaquinha, no Facebook, para arrecadar fundos para pagar multas destes presos ao Poder Judiciário”, pontuou Taques.
Lúdio acusou Taques de esconder o apoio de Pedro Henry, ex-presidente do Partido Progressista (PP), que indicou o presidente licenciado da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Carlos Fávaro (PP), como vice-governador na coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’. “Sobre Pedro Henry, ele não é mais do PP”, respondeu Taques.
Ludio disse que “todos sabem que Pedro Henry é o dono do PP. Ele indicou o seu vice. O senhor chamou [Luiz Antônio] Pagot de mafioso, mas hoje. O senhor não sabe sequer quem é o seu suplente de senador”, emendou Cabral.
O candidato da coligação ‘Mobilizar e Humanizar’, José Marcondes Neto Muvuca (PHS), exigiu que Pedro Taques respeite a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe dá o direito de participar do pleito e disse que irá enfrentá-lo em todos os debates. Muvuca cobrou que Taques cumpra a promessa de quebrar o seu sigilo bancário e fiscal, e o de sua esposa Samira Martins.
“Hoje estou concorrendo sob liminar e o senhor Pedro Taques, que é constitucionalista deveria saber respeitar isso. Eu vou até o final e vou, sim, enfrentar o senhor em todos os debates. Temos de levar essa disputa para o segundo turno, porque tem muita coisa que precisa ser esclarecida”, emendou Muvuca.