Maluf admite a recontratação de 500 servidores na Assembleia
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB), afirmou que cerca de 500 dos 859 servidores demitidos na segunda-feira (09) devem ser recontratados, após um "pente fino" que será feito pela comissão criada para tratar de reforma administrativa no poder.
Em entrevista à rádio CBN, do Grupo Gazeta de Comunicação, Maluf disse que a comissão irá fazer o recadastramento de cada exonerado, e que a meta é detectar eventuais funcionários fantasmas.
“Como há suspeitas de supersalários e servidores fantasmas, a Mesa Diretora entendeu que deveria ser feita a demissão dos comissionados. Em seguida, vamos fazer o recadastramento e o levantamento de quem são esses funcionários, quantos são necessários para o funcionamento do Poder Legislativo, se os salários estão compatíveis”, disse.
“Ou seja, neste momento será feito um pente- ino dessas 800 exonerações, alguns depois serão recontratados, mas já temos a programação de que entre 200 e 300 não voltam”, afirmou.
De acordo com o parlamentar, apenas com folha de pagamento, a Assembleia gasta R$ 10 milhões por mês. Segundo ele, o montante em janeiro chegou a R$ 14 milhões.
Com a redução do quadro determinada pela nova Mesa Diretora, Maluf diz estimar que o desembolso possa cair para R$ 7 milhões.
“Não há temor e nem terrorismo feito pela Mesa Diretora. É um procedimento que precisamos tomar, temos que ver se os salários dos comissionados estão compatíveis com o cargo que exercem, se não há exorbitância. Se fôssemos fazer isso depois, poderia causar prejuízos aos cofres públicos”, disse.
Nos EUA
Ainda durante a entrevista, o presidente da Assembleia confirmou que há indícios de que alguns comissionados possam estar morando nos Estados Unidos ou em outras localidades dentro e fora do Brasil
A revelação foi feita na última sexta-feira (6) pelo deputado Wilson Santos (PSDB), membro da comissão que irá tratar da reforma.
Segundo ele, foram encontrados funcionários da Casa com salários de até R$ 71 mil, o que é superior aos vencimentos fixados como teto para remuneração dos servidores públicos, no âmbito de qualquer dos Poderes do Estado.
“O sistema, como está colocado hoje, não nos dá a opção de fazer uma transição. Então, é como se estivéssemos trocando pneu com o carro andando. Algumas medidas nós vamos ter que tomar agora. Se me perguntarem sobre todos os dados da Assembleia agora, direi que não tenho. A estrutura é grande e ainda estamos buscando esses dados”, afirmou Maluf.