Deputados disputam comissão e travam definições na Assembleia
Os deputados estaduais da 18º legislatura ainda não conseguiram definir a composição das 13 comissões temáticas da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Isso porque está acirrada a disputa pela presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), considerada a mais importante da Casa.
A disputa pela CCJ se deve ao fato de que qualquer matéria da Assembleia passa pela comissão. É lá que se avalia se o texto não contraria a Constituição.
Outra comissão disputada é a de Fiscalização Orçamentária (CFAEO).
Segundo informações de bastidores, a postura do deputado Wilson Santos (PSDB), líder do Governo, teria causado mal-estar nas últimas reuniões do Colégio de Líderes.
O parlamentar tucano estaria defendendo que a presidência das duas principais comissões da Assembleia fique com membros da base do governador Pedro Taques (PDT).
O posicionamento de Wilson vai de encontro ao do deputado Zé do Pátio (SD), que almeja a presidência da CCJ.
“O Wilson Santos causou um mal-estar gigantesco no último Colégio de Líderes. Ele disse que o governador não abria mão da CCJ e da Fiscalização Orçamentária. Teria que ser alguém indicado pelo governador. Isso causou um mal-estar gigante, os deputados ficaram todos contra ele. Agora que fizeram presidente, querem também comissão”, disse uma fonte, que preferiu não se identificar.
Já segundo uma outra fonte ouvida pela reportagem, a discussão teria começado após Zé do Pátio, parlamentar de oposição, querer impor seu nome na presidência da comissão.
“Teve um mal-estar, mas com o Zé do Pátio, que estava querendo impor o nome dele como presidente. Está tentando atropelar, tentando colocar o nome dele goela abaixo. Então, quem causou constrangimento foi ele. O Wilson está tentando coordenar para o lado do grupo dele, mas já percebeu que quem vai ter que articular isso é o presidente da Assembleia”, disse a fonte.
As discussões sobre a divisão de cada grupo nas comissões temáticas têm sido lideradas pelos deputados Emanuel Pinheiro (PR) e Dilmar Dal’Bosco (DEM).
Ao todo, são 13 comissões, cada uma com cinco titulares e cinco suplentes, somando 130 posições que devem ser preenchidas pelos 24 deputados.
Outro lado
Ao MidiaNews, o deputado Wilson Santos negou que o governador Pedro Taques esteja interferindo na composição das comissões temáticas da Assembleia.
Ele afirmou que a base governista busca seu espaço de acordo com a proporcionalidade do grupo.
“Primeiro, que o Governo não tem participação nenhuma aqui. Isso é uma discussão interna da Assembleia. Segundo, que na condição de líder da base governista, nós vamos cumprir o que estabelece o regimento interno, que é a proporcionalidade. Então, nós, hoje, temos uma maioria expressiva e vamos ficar com os espaços nas comissões que essa proporcionalidade nos garante”, disse.
O tucano ainda negou que tenha havido veto ao deputado Zé do Pátio ou mal-estar entre os parlamentares nas reuniões do Colégio de Líderes.
“No Parlamento, não existe mal-estar. O parlamento é uma casa de discussões. Tem que se discutir amplamente, abertamente, sem melindres. O Zé exerceu o direito de querer ir para a presidência. Ele precisa ter voto para isso. Mas não há, por parte da liderança do governo, o veto a ele ou a qualquer deputado”, afirmou.
O deputado Zé Carlos do Pátio não atendeu as chamadas em seu celular.