Grupo de Taques procura nome do agronegócio para vice
O grupo político do senador Pedro Taques (PDT) trabalha para encontrar um nome do agronegócio para ajudar a viabilizar a possível candidatura do pedetista ao Governo do Estado em 2014.
A intenção é que a vaga de candidato a vice-governador na chapa de Taques seja ocupada por um ruralista que possa trazer o apoio do setor ao projeto eleitoral de disputar a sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB).
“É preciso trazer alguém do agronegócio para ser o candidato a vice do Pedro Taques. Ele é da Capital, então, precisamos de alguém do interior para compor chapa com ele e complementar esse perfil. E o agronegócio é a mola propulsora da economia do Estado hoje”, afirmou o presidente regional do PDT, o deputado estadual licenciado Zeca Viana.
Ex-procurador da República, Taques goza de prestígio no meio jurídico e tem sua base eleitoral nas maiores cidades do Estado. Em Cuiabá, por exemplo, ele chegou a bater Blairo Maggi (PR) em 2010, quando ambos se elegeram senadores, e obteve 25 mil votos a mais que o republicano na Capital.
O apoio do agronegócio é importante não só porque Taques carece de penetração no setor e no interior do Estado, mas também pela injeção de recursos e doações de campanha que podem vir dos ruralistas. “O vice ideal tem que ter duas virtudes: voto e dinheiro para gastar na campanha”, observou Viana, com bom humor.
Nomes como o do ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Marino Franz (PSDB), do ex-prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti (PDT) e do rei da soja, Eraí Maggi (PDT), são cotados para a vaga de vice de Taques.
Esses dois últimos, porém, têm um fator complicador – o fato de serem filiados ao PDT, o que criaria obstáculos para a formação de alianças.
Nas próximas eleições, haverá três vagas para candidaturas majoritárias em cada coligação – governador, vice-governador e senador. As negociações partidárias, geralmente, distribuem essa três candidaturas a três partidos diferentes, de modo a ampliar o arco de alianças.
Além disso, tanto o tucano Marino Franz quanto o pedetista Eraí Maggi são próximos a Blairo Maggi – este último é primo do ex-governador – e esperam uma posição dele para definir que rumo tomar no jogo político. Se Maggi for candidato, nenhum dos dois entrará na disputa contra o republicano.
“Pelo que sei do Blairo, ele não está com disposição para ser candidato a governador. Mas o grupo dele está pressionando, então não sabemos o que vai acontecer. Pessoalmente, acho melhor ele se afastar, pois todo o desgaste da gestão Silval Barbosa pode cair em cima dele, já que ele é o responsável pela eleição do governo atual”, disse Viana, lembrando que Silval conquistou o cargo quando era vice de Maggi.
“O Pedro Taques, ao contrário, quer ser candidato. A candidatura dele é uma realidade, e vai contar com o apoio do PDT nacional. É interessante para o PDT ter um candidato a governador forte aqui no Estado. O Taques já conversou com o Carlos Lupi (presidente nacional da sigla) e, a princípio, está tudo OK quanto a isso. Ele tem o sinal verde”, afirmou o deputado.
Faltando um ano e meio para as próximas eleições, a candidatura de Taques ainda não pode ser considerada concreta – bem como nenhuma outra candidatura. Porém, o grupo do senador pedetista é o que está mais adiantado na articulação para formar uma aliança.
Taques sai pela tangente toda vez que é questionado pela imprensa sobre a possibilidade de candidatura em 2014, e não diz que sim nem que não. “Tenho mais de 35 anos, sou ficha-limpa e filiado a um partido. Mas não posso fugir ao meu destino”, tem sido sua resposta padrão.
Ampliação do arco de alianças
O projeto de Pedro Taques é se firmar como candidato de oposição ao atual governo. Para isso, seu grupo está trabalhando na manutenção e também na ampliação da aliança que o elegeu senador, que contou com o PDT, PSB, PV e PPS. Esse último partido foi dissolvido e, em uma fusão com o PMN, deu origem ao MD (Mobilização Democrática), que é liderado por aliados de Taques e grandes entusiastas da candidatura do pedetista – a deputada Luciane Bezerra e o prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz.
A meta, agora, é atrair o PSDB e o DEM para o barco. As duas siglas estão fora do governo Silval, após naufragarem junto com a candidatura de Wilson Santos (PSDB) em 2010. De acordo com Viana, as conversações com ambos os partidos estão bastante avançadas – inclusive o tucano Marino Franz é cotado para vice.
“Tenho conversado com o senador Jayme Campos (DEM) e com o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) sobre nossos partidos estarem juntos em 2014. A possibilidade é concreta. Além disso, eles demonstram simpatia pelo nome do Pedro Taques. Acho que poderemos formar uma grande aliança para disputar o Governo do Estado”, disse Viana.
No caso de esse cenário e essa aliança se consolidarem, a vaga de candidato a senador da coligação deve ficar com Jayme Campos, que encerra seu mandato no final de 2014 e já mostrou disposição de concorrer à reeleição (leia AQUI).
A vaga de vice, por outro lado, deve demandar negociações mais intensas – tanto com outros partidos, quanto com a ala ruralista do arco de alianças.