Preso três vezes por desvios e impedido de entrar na AL, Riva é homenageado no aniversário de 180 anos da Casa de Leis
Mesmo após ser preso três vezes sob suspeita de desviar centenas de milhões dos cofres da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), o ex-deputado José Geraldo Riva foi homenageado na manhã desta quarta-feira (12), no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, em comemoração ao aniversário de 180 anos da AL.
O ex-parlamentar recebeu como honraria o Troféu Comemorativo aos 180 anos. Como não pode pisar na Assembleia Legislativa por determinação da juíza Selma Rosane de Arruda, da Sétima Vara Criminal, sua filha Janaína Riva (PSD), que também foi homenageada por ser deputada estadual por Mato Grasso, teve que representá-lo durante a solenidade e receber seu troféu.
Riva foi impedido de entrar na Assembleia como medida restritiva da juíza Selma Arruda (responsável pelos processos contra o ex-deputado que correm na Justiça de Mato Grosso), que teme que o ex-parlamentar possa usar sua influência, obtida nos 20 anos à frente da Casa de Leis, para sumir com provas que poderiam comprometê-lo.
PRISÕES
Em maio de 2014, Riva foi preso na 5ª fase da Operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal, sob a acusação de estar envolvido em um complexo esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro arquitetado pelo ex-secretário Eder Moraes - atualmente preso - e 'financiado' pelo empresário Gércio Marcelino Mendonça, o 'Júnior Mendonça', que delatou o esquema. As cifras deste esquema chegam a R$ 500 milhões de reais. O ex-deputado ficou preso por apenas três dias e foi solto por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), pois ainda gozava de mandato eletivo à época.
Tão logo perdeu seu mandato, Riva foi preso novamente, no dia 21 de janeiro deste ano, na Operação Imperador, por determinação da juíza Selma Rosane de Arruda, da Sétima Vara Criminal. Nesta operação, José Riva é acusado de liderar um esquema criminoso que teria desviado mais de R$ 62 milhões dos cofres da AL por meio de compras falsas de materiais de informática e papelaria. O ex-deputado ficou preso por 123 dias e foi solto, novamente, por ordem do STF.
Seis dias depois após ser solto, José Riva voltou à cadeia em decorrência da Operação Ventríloquo. Neste caso, o ex-deputado é acusado de liderar um esquema criminoso que teria desviado R$ 9,4 milhões dos cofres públicos por meio de empréstimos fraudulentos. Pela terceira vez, quem determinou a soltura foi a Suprema Corte. Segundo o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), José Riva cometeu estes crimes entre 2013 e 2014, inclusive após ter sido preso na Ararath e solto pelo STF.
OUTROS HOMENAGEADOS
Além dos Rivas, os deputados estaduais Emanuel Pinheiro (PR), Max Russi (PSB), Nininho (PR), Pedro Satélite (PSD), Saturnino Masson (PSDB), Sebastião Resende (PR), Wagner Ramos (PR) e o Wilson Santos (PSDB) foram presenteados com a Comenda Memória do Legislativo e o Trofeú Comemorativo aos 180 anos.
Já o presidente da AL-MT, deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), o governador de Mato Grosso Pedro Taques (PDT) e o governador de Mato Grosso do Sul Reinaldo Azambuja (PSDB) receberam as Comendas Filinto Muller.