Uma a ufa de djente vem junto, diz governador sobre filiação ao PSDB
O governador Pedro Taques avalia que a decisão de aderir ao PSDB, anunciada pelo senador Aécio Neves, nesta terça (18), será acompanhada por dezenas de prefeitos, vereadores e deputados. Entretanto, revela que nenhum integrante do secretariado manifestou desejo de mudar de partido ou se filiar com objetivo de agradá-lo.
“Não dormi, sonhei e acordei decidido a mudar para o PSDB. A decisão foi tomada a partir de conversas com os aliados. Então, é natural que muitos queiram me acompanhar. Só hoje recebi umas 10 ligações. Uma a ufa de djente vem junto”, declara, usando o linguajar cuiabano.
Taques também considera natural o desejo dos prefeitos, vereadores e até deputados estaduais acompanhar a mudança. Segundo ele, processo semelhante aconteceu quando ex-governadores trocaram de sigla, como Dante de Oliveira que trocou o PDT pelo PSDB, e Blairo Maggi mudou do PPS para o PR. “É normal que aconteça e eu não vou me filiar agora. O ato de filiação é dia 29”.
Conforme o governador, a decisão de trocar o PDT pelo PSDB foi determinada pelas contribuições da sigla ao Brasil e ao Mato Grosso. Além disso, destaca que também pretende governar o Estado com contribuição da iniciativa privada, fazendo concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs), conforme os princípios do estado mínimo.
Taques ainda lembra que contrariou a orientação do PDT e apoiou Aécio no primeiro e segundo turno das eleições presidenciais de 2014. “Ganhamos aqui em Mato Grosso. Isso significa que a maioria da população apoia minha decisão”, pontua. Para ele, não existe a possibilidade de o Estado ser prejudicado pelo governo federal por sua decisão de se filiar ao principal partido de oposição à presidente Dilma Rousseff (PT). “Tenho certeza que presidente não tem outros sentimentos que não sejam republicanos. Como governador, eu não posso prejudicar prefeitos, porque são do PT, PMDB ou PSD. A presidente age da mesma forma. Não existe perseguição política”.
Sobre o futuro político no PSDB, Taques nega que aderiu à sigla com a pretensão de ser candidato a vice-presidente na eventual chapa de Aécio, em 2018. O governador refuta a especulação, dizendo que “sabe o tamanho que tem” e reconhece que apesar da importância na economia nacional, Mato Grosso tem uma parcela ínfima do eleitorado, sendo pouco determinante no cenário político nacional.
Impeachment
No que diz respeito ao impeachment da presidente Dilma, defendido por setores mais radicais do PSDB, mas rejeitado pelos governadores tucanos, Taques sustenta que hoje as instituições democráticas estão em pleno funcionamento e não há saída fora da Constituição.
Afirma também que o impeachment, conforme o livro Elementos de Direito Constitucional, de autoria do vice-presidente da República Michel Temer (PMDB), é uma ação política e jurídica ao mesmo tempo. “Falo como professor de direito constitucional. Não sou deputado nem senador. Não me cabe julgar se presidente cometeu fato que pode ser enquadrado na lei do crime responsabilidade ou no artigo 85 da Constituição”, conclui.