“Tanto faz no PDT ou PSDB, Mato Grosso não vai ganhar nada”
O ex-deputado federal Júlio Campos (DEM) disse que a filiação do governador Pedro Taques (sem partido) ao PSDB, partido de oposição ao Governo Federal, não irá prejudicar a economia de Mato Grosso.
“Acredito que essa mudança partidária não muda muita coisa. Primeiro, porque a presidente Dilma Rousseff não está dando nada pra ninguém. O Governo dela não tem dinheiro nem pra ela, quanto mais para dar para Estados e municípios”, afirmou.
“Segundo, porque Governo está em uma crise econômica e financeira. Acabaram com o país e a economia está zero”, completou.
O democrata lembrou que, mesmo quando Pedro Taques estava no PDT, partido que compõe a base da presidente, Mato Grosso não foi ajudado pelo Governo Federal.
Júlio observou, inclusive, que a presidente sequer tem repassado aquilo que é de direito do Estado, como é o caso dos pagamentos referentes ao Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX).
O fundo foi criado para compensar as perdas decorrentes da Lei Kandir, que tem o objetivo de incentivar as exportações.
A lei isenta de Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) toda a produção voltada para a exportação, o que resultou em perdas bilionárias aos cofres do Estado anualmente.
Além dos R$ 400 milhões referentes ao ano de 2015, Mato Grosso ainda tem a receber R$ 400 milhões de 2014.
“O que foi que o Pedro Taques ganhou do Governo Federal até hoje? Nada. Nem o FEX, que é um direito legal, um repasse obrigatório o Estado não recebeu. Nunca um Governo havia atrasado o pagamento desses repasses, mas o Governo Dilma sequer liberou os valores referentes ao ano passado”, disse Júlio.
“Quer dizer, o Governo não tem ganhado nada, tanto faz ele estar no PSDB ou no PDT, que é da base do Governo, dificilmente aconteceria alguma coisa de benefício. Acredito que não tem como piorar”, concluiu o ex-deputado.
“Maturidade”
Em entrevista recente, o governador Pedro Taques também disse não acreditar que sua saída do PDT possa prejudicar seu mandato.
“Algumas pessoas me falaram que Mato Grosso será prejudicado pela União, mas não vejo como alguém que possa chegar à Presidência da República, ao Governo de um Estado, e ter sentimentos outros que não os de ajudar os municípios em relação ao Estado, e os Estados em relação à União”, disse.
Ele citou a forma como age, enquanto governador, com prefeitos e vereadores de partidos que não o apoiaram nas eleições de 2014.
“Quando recebo um prefeito ou um vereador, não quero saber de qual partido ele é, se me ajudou na eleição. Quero saber se ainda existem mato-grossenses que querem e precisam de concretização de políticas públicas. Penso que, em relação ao Governo Federal, é a mesma situação”, afirmou.
“O importante é que o Brasil chegou a um grau de democracia e de maturidade em suas instituições políticas, de tal forma que não vejo como um governador possa ser prejudicado por ser de oposição”, completou o governador.