Deputado Pedro Henry (PP-MT), que ainda corre o risco de perder o mandatoA Justiça Federal em Brasília abriu o primeiro processo de improbidade contra o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) para cobrar a devolução dos valores que teriam sido desviados, sob seu comando, para o esquema do mensalão.
Também respondem ao processo o deputado federal José Genoino (PT-SP), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e outras 18 pessoas - entre elas, o deputado federal Pedro Henry, do PP de Mato Grosso.
O Ministério Público deu início à ação em 2007, mas só agora a Justiça a aceitou.
Segundo o site UOL, a decisão foi tomada no início do mês passado, dias depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) publicar o acórdão com a sentença do julgamento do mensalão, que condenou Dirceu a dez anos e dez meses de prisão.
A ação de improbidade pede a devolução do dinheiro que o STF concluiu ter sido distribuído a parlamentares de cinco partidos --PMDB, PT, PL (atual PR), PTB e PP-- para garantir apoio do Congresso ao governo do ex-presidente Lula.
Henry é acusado pelo Ministério Público de ter integrado o núcleo político do Mensalão, chefiado por Dirceu, de comprar o voto de parlamentares ligados ao PP. Os outros são José Janene (PR), já morto, e Pedro Corrêa (PE).
O pedido não fixa o valor a ser devolvido, mas acusa os parlamentares do PP de terem recebido ilegalmente R$ 4,1 milhões do esquema.
Henry teria recebido R$ 2,9 milhões para intermediar e negociar com a cúpula do PT o apoio político do PP nas votações da Câmara Federal.
Ex-líder do PP na Câmara Federal, o deputado Pedro Henry foi condenado pela maioria dos ministros do Supremo por corrupção, no julgamento do Mensalão, no fim do ano passado.
O STF também decidiu o deputado mato-grossense perderá seu mandato.
O parlamentar é um dos 38 réus da Ação Penal 470, sobre existência de esquema de apoio parlamentar durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula, que começou a ser julgado em agosto de 2012 e terminou em novembro..
O deputado é o único político de Mato Grosso na lista dos 38 acusados de integrarem “o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e de desvio de dinheiro público feito no Brasil, realizado por organização criminosa que tinha por objetivo espúrio comprar votos de parlamentares para a aprovação de matérias de interesses do governo”, como classificou o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel.