Após 16 meses de mandato, Pedro Taques troca sexto secretário de Estado; primeiro por suspeição
Em pouco mais de 1 ano e 4 meses de mandato, o governador Pedro Taques (PSDB) teve que realizar a substituição de um secretário de Estado pela sexta vez. Na última terça-feira (3), foi a vez do titular da Educação (Seduc), Permínio Pinto (PSDB), que entregou o cargo após uma operação que desmantelou um esquema de fraudes em licitações da pasta. Em seu lugar, assumiu interinamente o secretário do Gabinete de Governo, José Arlindo de Oliveira Silva.
Apesar de Permínio não ter sido apontado como participante do esquema pela Justiça, o tucano optou por se afastar da Seduc. A Operação Rêmora, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), investiga um esquema de fraude em 26 licitações para reformas em escolas estaduais, que somam R$ 56 milhões em obras, desde outubro de 2015. Três servidores da Seduc foram presos na operação.
A primeira mudança no primeiro escalão de Taques foi em agosto de 2015, quando o coronel Antônio Ribeiro Leite deixou a Casa Militar, em função de sua mudança para outro estado. Ele foi substituído pelo também coronel Airton Benedito Siqueira Junior. Este último chegou a se afastar do cargo, por pouco mais de uma semana, após relatório da Controladorai Geral do Estado (CGE) apontá-lo como fiscal do contrato da compra de uma aeronave superfaturada, ainda no governo Silval Barbosa (PMDB). Acabou retomando as funções e segue no comando da Casa Militar.
Em outubro, houve a segunda substituição. O secretário de Saúde, Marco Bertulio, deu lugar ao também médico Eduardo Bermudez. Bertulio pediu exoneração alegando motivos pessoais, porém, rumores sobre sua saída o acompanharam desde seus primeiros meses na pasta. Deputados e prefeitos demonstravam insatisfação com a condução da Secretaria de Saúde.
Em dezembro, na terceira mudança no staff, foi a vez do promotor de Justiça Mauro Zaque pedir exoneração da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), em meio a uma crise com a cúpula da Polícia Militar. Ele foi substituído pelo também promotor Fabio Galindo, que já atuava como secretário-executivo da pasta.
Em março, houve nova mudança na Sesp. Dessa vez, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu membros do Ministério Público de ocupar cargos no Poder Executivo. Fabio Galindo preferiu manter a carreira de promotor e voltou para seu órgão de origem, sendo substituído pelo delegado de Polícia Civil Rogers Elizandro Jarbas.
Pelo mesmo motivo, a promotora Ana Luiza Avila Peterlini deixou o comando da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), e voltou para o MPE. Em seu lugar, assumiu o vice-governador Carlos Fávaro (PSD), que foi anunciado como secretário interino, mas ainda segue no cargo.