Pedro Taques afirma que estudantes só ocupam escola em VG porque governo é do PSDB
O governador Pedro Taques (PSDB) criticou a ocupação de escolas e afirmou que trata-se de uma ação política contra os governadores tucanos. A declaração foi dada na tarde desta segunda-feira (23), em entrevista coletiva, após apresentação do novo secretário Marco Marrafon aos funcionários da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). A Escola Estadual Elmaz Gattas Monteiro, no bairro Ipase, em Várzea Grande, está ocupada por alunos desde domingo (22).
“Estamos vivendo um momento político conturbado no país. Veja quem está ocupando a escola. Veja o que existe em outros estados governados por governadores do PSDB. Eu não posso ser penalizado por ser de um partido político. Eu posso ser penalizado pelas minhas ações. Agora, não é possível que nós possamos invadir prédios públicos para parar aulas. Isso não é legal”, afirmou Pedro Taques.
Os alunos várzea-grandenses destacaram três reivindicações na sua pauta: são contrários à implantação de Parcerias Público-Privadas (PPP) nas escolas; cobram a instalação da CPI da Seduc para investigar a corrupção exposta com a Operação Rêmora e um suposto caso de desvio de R$ 11 milhões da merenda; além de serem contra o que chamaram de “autoritarismo do governador Pedro Taques” por mudar o uniforme sem consulta.
O governador rebateu a pauta dos estudantes. Ele negou que as PPPs significam privatização das escolas, e disse que uniforme é para ser igual. “Não acreditem em mentira. Nós não privatizaremos escolas”, declarou.
A ocupação começou com 60 estudantes, número que já dobrou no segundo dia. A escola ficou sem aulas nesta segunda-feira, e apenas professores solidários à causa foram autorizados pelos alunos a entrar. Na terça-feira (24), deve ter início a greve dos professores, que cobram o pagamento de 11,28% da Revisão Geral Anual (RGA). O governo ofereceu apenas o percentual previsto na lei de carreira, de 7%.
À reportagem do Olhar Direto, o presidente da Associação Mato-grossense de Estudantes, Juarez França, afirmou que “diferente do governo, não vamos mexer na merenda da escola”, e pediu doação de alimentos para a ocupação.