Neurilan disse que o atraso e a diminuição no repasse de recursos afetam as finanças municipais, comprometendo o planejamento das prefeituras. Ele também citou como agravante para as finanças o atraso no pagamento de recursos que já constam no planejamento das prefeituras, como o Auxílio Financeiro para Fomento às Exportações (FEX) e o ICMS.
O vice-presidente da CNM, Glademir Aroldi, apresentou os entraves que impediram o pagamento do 1% adicional do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e que cancelaram a possibilidade de as prefeituras receberem porcentual da multa aplicada sobre os valores repatriados. Essas duas medidas adotadas pelo governo federal retiraram recursos dos municípios.
"Até agora, infelizmente, a gente não tem tido sinal de parceria, sinal de diálogo, sinal de investimento", disse Aroldi se referindo ao pouco caso da presidência da República com as causas municipais. Ele avisa que a tendência é piorar, pois a Proposta de Emenda à Constituição que estabelece teto para os gastos públicos também vai impactar nos cofres municipais, com menos repasses de recursos.
Segundo a CNM, o governo anterior promoveu o pagamento de R$ 9 milhões de Restos a Pagar, de janeiro a julho. Porém, a dívida da União com os municípios ainda supera R$ 34 bilhões. "Os prefeitos estão encerrando suas gestões, e como fica a situação?" questionou o vice-presidente da entidade. Ele explicitou a questão das obras paradas por conta do não repasse da verba.
Conforme afirmou o Prefeito João Balbino, “o dia foi intenso na Capital Federal do País, com muita luta para trazer mais recursos para os municípios e equilibrar as finanças para encerrar o ano”.