“Nós não vamos prejudicar a população de Cuiabá em razão de eleição que já passou. Eu adoro eleição, se tiver uma hoje de tarde eu quero disputar, eu gosto muito, mas nós temos que administrar e eu tenho certeza que a relação será absolutamente republicana. A eleição já ficou para trás. Nós temos grupos políticos diversos, mas nós fomos eleitos para administrar e concretizar políticas públicas”, declarou o governador Pedro Taques após o encontro.

Taques admitiu a derrota nas urnas e disse que respeita a vontade dos cidadãos, que elegeram Emanuel e não o candidato que tinha o apoio do governador, Wilson Santos (PSDB). “Nosso grupo político perdeu em Cuiabá. Emanuel teve mais votos. Se você perguntar por que perdeu, eu vou dizer que é porque teve menos votos”, brincou. “Os governadores de Mato Grosso nunca elegeram o prefeito da capital. Maggi e Silval não fizeram isso. O cidadão que escolhe. Não é o governador. O governador tem um voto. O cidadão escolheu o Emanuel Pinheiro. Eu seria o último a não respeitar eleição”, afirmou.

O governador defendeu a postura do secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Zamar Taques, que durante a campanha chegou a afirmar que não confiava em outro candidato além de Wilson para repassar recursos estaduais.

“O secretário Paulo Taques tem legitimidade para falar. Aliás, todo cidadão tem. Na democracia, até preso condenado pode falar. Ele falou por ele e eu respeito a fala dele. São dois grupos políticos, em que um desconfia do outro e o outro desconfia do um, o que é absolutamente normal na democracia no período eleitoral. Já recebi 22 prefeitos aqui e relação será absolutamente republicana com todos”, argumentou.

Emanuel Pinheiro, por sua vez, minimizou as declarações do secretário. “Essas frases foram faladas no calor da emoção de um segundo turno bastante intenso e beligerante. Então agora estamos num novo processo. O governador respeita o resultados das urnas e foi enfático ao fizer que podemos contar com ele e com o governo para estreitar essa parceria por Cuiabá”, declarou ele em entrevista coletiva após a reunião.

O prefeito eleito amenizou as críticas feitas durante o período eleitoral e disse que o clima hoje é amistoso. “Minha relação com o governador será uma relação institucional e republicana, pensando nos maiores interesses de Cuiabá. O calor do processo eleitoral foi deixado de lado. Águas passadas não movem moinhos. Vamos nos unir e avançar em parcerias necessárias. Tivemos uma conversa mais amistosa e ele se colocou à disposição, disse queosso contar com ele, independente das nossas divergências político-partidárias”, disse.

Recursos estaduais

Taques e Emanuel trataram das parcerias entre Estado e Prefeitura na concretização de políticas públicas para a capital. Na entrevista coletiva, o futuro prefeito disse que acertou com o governador que ele vai continuar repassando recursos para a obra do novo Pronto Socorro, para a manutenção do atual, além do Hospital São Benedito.

“Lembramos a construção do novo hospital e pronto-socorro de Cuiabá em que o Estado está repassando R$ 50 milhões, a ajuda do governo do Hospital São Benedito, da ala pediátrica do pronto-socorro, da UPA. Nós falamos um pouco da recuperação da avenida do CPA, que o estado ajuda,Prainha e Fernando Correa e falamos de outros investimentos”, elencou Pedro Taques.

Na ocasião, Emanuel demonstrou preocupação com a conclusão das obras do VLT. “Nós mostramos a ele que nós temos o compromisso eleitoral de fazer com que o VLT ande e isso será feito”, garantiu Taques, que prometeu uma relação republicana com a administração municipal. “Eu conheço o Emanuel Pinheiro desde que eu era criança. Conheço o Emanuel Pinheiro, conheço a família dele e ele é o prefeito eleito. Eu como governador tenho que acatar isso, eu o faço.A vontade é do cidadão, quem é o nosso patrão é o cidadão e isso será feito”, finalizou.