Sob pressão por cargos, Pedro Taques avisa que caneta que nomeia é a do governador
O que normalmente é feito no início do mandato, o governador José Pedro Taques (PSDB) decidiu implementar na segunda metade: a composição política do staff. Ele está sendo pressionado por dirigentes partidários e parlamentares que buscam cargos, tanto no primeiro escalão quanto em outros considerados estratégicos, mas alertou que é o detentor da caneta responsável pelas nomeações.
“Que fique claro! Quem decide sobre cargos de secretário [de Estado] é o governador do Estado. Eu não decido tendo em conta somente indicações partidárias. Mas, também, a competência, a honestidade e o trabalho daquele que é indicado”, advertiu Pedro Taques, numa resposta bem direta. Os alvos são dirigentes e parlamentares do PSD, PSB, PP e até do próprio seu PSDB.
Desde o final do ano passado, Pedro Taques intensificou o diálogo com os presidentes do PSB, deputado federal Fábio Garcia; do PSD, vice-governador Carlos Fávaro; do PP, deputado Ezequiel Fonseca; e do PSDB, deputado federal Nilson Leitão.
“Ninguém faz nada sozinho e, principalmente no governo, não consegue fazer tudo. Devemos estar juntos”, explicou ele, sobre o fato de ‘abrir’ o governo apenas na reta final do mandato.
Depois de convidar o ex-ministro Neri Geller para a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar, que não aceitou, o governador passou a dialogar de forma institucional, com a Executiva Regional do Partido Progressista. Afilhado do senador e ex-governador Blairo Maggi, atual ministro da Agricultura, Neri Geller decidiu permanecer na Secretaria Nacional de Política Agrícola do MAPA.
“Nós conversamos institucionalmente com o PP, independente de nomes. Conversamos com o ministro Maggi e o deputado Ezequiel. Senhores: o PP não vai entrar no governo, porque já está no governo. O PP, com o deputado Ezequiel nos ajudou, nas eleições de 2014”, sintetizou o chefe do Poder Executivo de Mato Grosso.
Quando foi indicado para vice de Taques, em 2014, o vice-governador Carlos Fávaro era do PP, e foi apadrinhado pelo rei da soja Eraí Maggi Scheffer, primo do ministro Blairo Maggi. Eraí contribuiu decisivamente para parcela considerável do agronegócio investir no financiamento da chapa Taques-Fávaro.
Em 20015, Fávaro migrou para o PSD e assumiu a Executiva Regional, mas Eraí Maggi continua no PP, onde é presidente de honra.