Alvo da Lava Jato, Maggi descarta presidência e confirma disputa a reeleição

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+ Política
Sábado, 22 Abril 2017 | FolhaMax
 
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que seus planos eleitorais para o próximo ano não serão afetados pelo fato de seu nome ter sido mencionado na Operação Lava Jato, que apura diversos crimes contra os cofres públicos em todo o País. O senador licenciado afirmou que nunca trabalhou para disputar a presidência da República e contou que seus planos são para disputar a reeleição ao Senado Federal.
Maggi foi mencionado nas delações premiadas dos ex-executivos da Odebrecht, João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto. Eles disseram que o ex-governador teria recebido propina de R$ 12 milhões para sua campanha à reeleição ao Governo do Estado, em 2006. Conforme o Ministério Público Federal, o valor teria sido solicitado diretamente por Éder Moraes, em troca do pagamento de dívidas que o Estado teria com a empreiteira, em razão de obras que teriam sido realizadas no Estado nos anos 80, mas que não teriam sido pagas.
Além de Éder, o MPF também apontou que o ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Luiz Antonio Pagot, também participou da negociata. Ele teria sido o interlocutor entre o então chefe do Executivo Estadual e a Odebrecht.
Por ter sido citado em delações premiadas de ex-executivos da empreiteira, Maggi teve seu nome inserido na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, determinou que seja aberto inquérito para apurar as supostas irregularidades praticadas pelo ministro.
De acordo com Maggi, as menções ao seu nome nas delações da Lava Jato não afetarão seus planos para o próximo ano. "Os projetos continuam os mesmos, não vou mudar toda a minha vida porque, de um dia para o outro, surgiu uma coisa inesperada. Eu, sinceramente, jamais esperaria estar em uma situação dessas há uma semana. Mas ela aconteceu e eu preciso reagir e demonstrar toda a minha confiança e a minha maneira de fazer esse enfrentamento, que será tranquilo, claro e aberto. Conseguirei mostrar que não tenho nada a ver com essa história”, declarou, na manhã de terça-feira (18), em entrevista à rádio Capital FM.
“Vou levantar os dados, os números, para poder falar, contestar e mostrar que os números colocados não são verdadeiros. Cabe a quem acusa comprovar a acusação que está fazendo”, completou.
Ele lamentou o fato de seu nome ter sido incluído na lista de alvos da Lava Jato. “A questão de estar envolvido em um escândalo desse tamanho é muito chata, muito ruim, principalmente porque estávamos falando de Lava Jato, que é uma operação que está trabalhando no desvio de recursos no Governo Federal, na Petrobrás e em outras coisas”.
“Então, estar inserido dentro de um inquérito ligado a isso é, de fato, muito ruim e desagradável, não desejaria a ninguém, nem aos meus amigos nem aos inimigos”, contou.
O ministro revelou ainda que não pretende disputar as eleições presidenciais no próximo ano. Ele assegurou que o motivo em nada tem a ver com a operação.
Entre os projetos que Maggi tem para o próximo ano está a disputa à reeleição ao Senado Federal. O nome do ex-governador de Mato Grosso chegou a ser apontado como um dos possíveis candidatos à presidência do País. A diretoria nacional do Partido Progressista, do qual ele faz parte, declarou interesse em ter o nome dele na disputa.
Porém, Maggi enfatizou que nunca se comprometeu a se candidatar à presidência da República. "Essa questão de candidatura a presidente, ou coisa parecida, meu partido e muitos amigos que falavam, eu nunca aceitei isso. Nunca assumi nem trabalhei nisso, não estava trabalhando e nem trabalharia”, asseverou.
PROCEDIMENTOS DA LAVA JATO
O ex-governador relatou que torce para que as questões referentes ao seu nome, na Lava Jato, sejam sanadas o quanto antes, para evitar maiores desgastes. "São várias etapas agora. A Justiça, para abrir um processo, tem que ter um embasamento não só em palavras, não só em achar que foi. O Ministério Público tem todo o direito de achar, colocar e fazer a narrativa, mas tem que ter as provas”.
“Então, estou confiante de que conseguirei, já nos primeiros embates que a gente possa ter, demonstrar que não há nexo causal, não há nada que me ligue a esse assunto. Temos que trabalhar efetivamente para mostrar que não temos responsabilidade com esse assunto. Sei que é um processo longo, demorado e sofrido. Mas ele terá que seguir seu curso”, disse.
Por fim, Maggi afirmou que está triste por ser mencionado nas investigações, porém continuará realizando seu trabalho. “Quero dizer à população de Mato Grosso que não mudei nada, continuo a mesma pessoa. Hoje estou mais triste, mas continuo o mesmo ser humano, vou continuar trabalhando e fazendo com que as coisas aconteçam para o meu Estado e para a política brasileira”, concluiu.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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