Em reunião com Sérgio Moro, Mauro Mendes cobra medidas duras contra a criminalidade
Em encontro com o futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, durante a segunda rodada da reunião do Fórum de Governadores, o governador eleito por Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), cobrou a aplicação de medidas mais duras contra a criminalidade.
O encontro ocorreu na manhã desta quarta-feira (12), em Brasília, e também contou com a participação dos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ), Dias Toffoli e João Otávio de Noronha, respectivamente. Também participaram o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, e de outros 22 governadores eleitos.
Em seu tempo de fala, Mendes recordou que as estatísticas oficiais mostram que, nos últimos 15 anos, um brasileiro foi assassinado a cada 10 minutos.
"Em 2016, foram nada mais nada menos do que 62.517 brasileiros assassinados neste País. E é importante que se diga 62.517 e não aproximadamente 60 mil, porque cada uma dessas vidas perdidas têm muito valor para suas famílias, e essa situação envergonha todo o nosso País", explicou.
O democrata também ressaltou que a situação não é diferente em Mato Grosso com um aumento de 31,7% da taxa de homicídios nos últimos 10 anos. Na última década, 11.676 pessoas foram mortas no Estado.
"Nós temos que compreender e reconhecer que nos últimos 30 anos - e eu digo 30 anos para não ficar criticando governo A ou B, partido A ou C, porque isso é um problema da nação brasileira - a violência afugenta milhares de brasileiros nesse País. Que fogem, que migram e que na essência estão a buscar um País mais seguro. Há poucos dias eu encontrei em Portugal um grande empreendedor de uma grande empresa conhecida neste País, que disse que vendeu as suas operações, grande parte delas, e mudou para Portugal porque lá teve oito assassinatos no ano, enquanto aqui tivemos, em 2016, 62.517", relatou.
Para Mauro, o histórico de Sérgio Moro na luta contra a corrupção quando esteve na condução dos processos da Operação Lava Jato, aumenta ainda mais a responsabilidade dele em tomar medidas severas para reduzir estes números alarmantes, especialmente no que tange ao tráfico de drogas.
"Eu espero verdadeiramente que nós tenhamos coragem de tomar decisões estratégicas duras, mas duríssimas, para mudar essa realidade. Caso contrário, daqui a quatro anos, outra reunião como essa estará acontecendo e novos atores estarão criticando essa mesma realidade que hoje nós conhecemos. O tráfico de drogas é pai e mãe de grande parte desses problemas e desses crimes que acontecem no País e precisa de penas mais severas", apontou.