O governador Mauro Mendes (DEM) não acatou a nenhuma das três sugestões propostas por parlamentares que visam dar fim à greve dos professores de Mato Grosso. Executivo e Legislativo se reuniram na tarde desta segunda-feira (17), no Palácio Paiaguás, no Centro Político Administrativo.
Os servidores da Educação estão parados desde o dia 27 de maio e exigem, entre outras coisas, o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) e o cumprimento da lei da dobra salarial (aprovada em 2013), que dá direito a 7,69% a mais na remuneração, anualmente, durante 10 anos.
Conforme a deputada Janaina Riva (MDB), o governador não acatou as sugestões do parlamento sob alegação de que elas ferem uma das suas promessas de campanha, que é de não deixar dívida para outros Governos.
“O governador não tem uma proposta para a greve. Nós insistimos em alguns pontos, mas entendo também que, na posição do governador, nada mudou desde o início da greve até agora. Ele tem obtido êxito da Justiça e a proposta, pelo que eu pude ver hoje na reunião, não deve vir do Governo do Estado”, disse a deputada.
O governador não tem uma proposta para greve. Nós insistimos em alguns pontos, mas entendo também que, na posição do governador, nada mudou desde o início da greve até agora
“A Assembleia fez as sugestões, mas nenhuma delas tinha o estudo do impacto financeiro. O governo chegou até a pensar em refletir sobre elas, só que o governador não quer fazer dívida para próximas gestões. Ele é totalmente contra isso”.
“Sobre as outras alternativas, na opinião do governador, se ele abrir qualquer tipo de concessão vai ter que abrir para todas as outras categorias. Então, não tem proposta para agora”, completou.
Dentre as propostas, o Legislativo sugeriu que a lei de dobra salarial tivesse a vigência prorrogada em 3 anos. Atualmente, o aumento previsto na legislação tem vencimento em maio e deve ser concedido até o ano de 2023.
A segunda proposta diz respeito à equiparação do salário base dos professores do Estado. Já que Os servidores da Educação alegam que o salário base da categoria é a menor do Estado.
A terceira sugestão trata-se do parcelamento dos 7,67% de aumento salário, prevista na lei de dobra.
“Nada mudou”
O governador afirmou, em evento na manhã desta segunda-feira, que desde que os profissionais da Educação iniciaram um movimento grevista no Estado, não houve qualquer mudança no quadro fiscal de Mato Grosso que lhe permitisse atender aos pedidos feitos pelos profissionais.
Toda semana, uma escola aborta processo de greve. Isso mostra que professores já compreenderam
“Alguma coisa mudou do início da greve para agora? Dissemos claramente que não daremos aumento. Primeiro, porque é ilegal. Existem leis que nos proíbem de dar. Mudou isso de 15 dias para cá? Deixamos de estar estourados nos 49%? Não”, afirmou.
Mendes ainda argumenta que vem reduzindo o número de escolas paralisadas no Estado.
Um levantamento, ao qual o MidiaNews teve acesso, mostra que, até a última terça-feira (11), 406 escolas estavam em greve. Já na quinta-feira (13), 376 unidades estavam paradas. O Estado possui 767 unidades escolares.
“A cada dia que se passa reduz números de escolas em greve. Temos menos de 50% de escolas paradas. Toda semana, uma escola aborta processo de greve. Isso mostra que professores já compreenderam”, disse.