Alvo em MT é suspeito de ser financiado por donos da Havan e Smart Fit

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Quarta, 27 Maio 2020 | FolhaMax
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revelou que os empresários Luciano Hang, proprietário da Havan, e Edgard Corona, das redes de academias Bio Ritmo e Smart Fit, estariam entre os financiadores de uma rede de fake news. O grupo seria responsável pela disseminação de notícias falsas e ataques ao STF, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com a decisão do próprio ministro, que determinou a deflagração de uma operação contra o grupo supostamente responsável pelas notícias falsas, na última terça-feira (26), o humorista Reinaldo Bianchi Junior, e o coordenador do Bloco Movimento Brasil, Winston Rodrigues, também estariam por trás do financiamento.
As informações utilizadas como base para deflagração da operação foram levantadas por meio de um inquérito da Polícia Federal. Segundo as investigações, só a realização de mandados de busca e apreensão de computadores, celulares e tablets, dos investigados, poderia elucidar os fatos.
“A autoridade policial designada nestes autos manifestou-se no sentido de que para a completa confirmação da autoria e materialidade do fato ora analisado seriam necessárias medidas de polícia judiciária, tais como apreensão dos equipamentos de informática (hardwares) e realização de perícia nos mesmos e oitiva dos envolvidos, analisada a viabilidade jurídica de tais medidas no caso em concreto”, diz trecho da decisão.
A operação determinou a busca e apreensão dos dispositivos eletrônicos de 16 pessoas – além dos supostos quatro financiadores da rede de fake news, o empresário de Sinop (500 KM de Cuiabá), Marcelo Stachin, também teve seus pertences apreendidos e prestou depoimento na Polícia Federal, em Cuiabá, nesta quarta-feira (27). Ele estaria no grupo apontado como uma das lideranças que também espalham notícias falsas.
Já em relação a Luciano Hang, Edgard Corona, Reinaldo Bianchi Junior e Winston Rodrigues, as medidas adotadas pela Justiça foram mais duras, e eles também tiveram seus sigilos bancários quebrados. “O material constante nos autos, notadamente os citados depoimentos e apontam as pessoas físicas de Edgard Gomes Corona, Luciano Hang, Reynaldo Bianchi Junior e Winston Rodrigues Lima como possíveis responsáveis pelo financiamento de inúmeras publicações e vídeos com conteúdo difamante e ofensivo ao Supremo Tribunal Federal; bem como mensagens defendendo a subversão da ordem e incentivando a quebra da normalidade institucional e democrática”, narra a decisão.
O ministro Alexandre de Moraes contou ainda que os empresários fariam parte de um grupo no  WhatsApp denominado “Brasil 200 Empresarial”. Seus integrantes seriam responsáveis pela disseminação de vídeos, áudios e imagens que tem o objetivo de “desestabilizar” as instituições, na avaliação do membro do STF.
“Também há informações de que os empresários aqui investigados integrariam um grupo autodenominado de “Brasil 200 Empresarial”, em que os participantes colaboram entre si para impulsionar vídeos e materiais contendo ofensas e notícias falsas com o objetivo de desestabilizar as instituições democráticas e a independência dos poderes”, conta o Ministro.
MODUS OPERANDI
O inquérito da Polícia Federal, transcrito em vários trechos na decisão de Alexandre de Moraes, explica a forma de agir do grupo. O exemplo dado pelo membro do STF foi o Twitter – rede social que coloca em destaque os assuntos mais comentados entre os seus usuários por meio da chamada hashtag, que utiliza o símbolo “#”. Nas redes, ou mesmo em ferramentas de busca como o Google, ao se inserir um operador (#impeachtmentSTF, por exemplo), todas as postagens dos usuários que utilizam o termo são apresentadas.
“Conforme apresentado anteriormente, os perfis influenciadores iniciam os ataques selecionando um tema, por exemplo, o Impeachment de membros do STF. Nesta etapa inicial estes perfis não necessariamente utilizam uma hashtag para disseminar o ataque escolhido, valendo-se muitas vezes de seus seguidores (followers) para “criar” uma hashtag e impulsionar este ataque. Desta forma, os perfis influenciadores não apareceriam como criadores da hashtag que simboliza o ataque”, explicou Alexandre de Moraes.
Há a suspeita de que a disseminação das fake news seja orquestrada pelo chamado Gabinente do Ódio. O vereador do Rio de Janeiro (RJ), Carlos Bolsonaro (PSL), seria o “chefe” da repartição “semipública”. Filho de Jair Bolsonaro, ele defende que o STF estaria por trás de um “plano” para enfraquecer politicamente o pai – mesmo argumento utilizado pelos apoiadores do presidente.
O vereador do Rio de Janeiro, entretanto, não foi alvo da operação deflagrada pela Polícia Federal.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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