Emanuel pede lockdown no estado inteiro e ameaça recorrer de decisão: “não é justo com Cuiabá”

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Terça, 23 Junho 2020 | OlharDireto
O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) defendeu que o “lockdown” aplicado em Cuiabá por determinação da Justiça seja ampliado para todas as cidades do Estado. Segundo ele, caso a sugestão não seja atendida a Prefeitura irá entrar com recurso para tentar anular o ato do juiz José Luiz Leite Lindote, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Várzea Grande, que impôs a quarentena coletiva obrigatória em Cuiabá e Várzea Grande a partir desta quinta-feira (25).
“Cuiabá fez o dever de casa e querem que paguemos o preço por quem não fez. Isso não é justo. Se tivermos que decretar o lockdown, que façamos no estado inteiro. Não tem sentido prender a população dentro de casa, tirar o seu emprego, quebrar as empresas da nossa Capital. Não é justo aplicar tudo isso em Cuiabá e deixar aberto o restante do estado”, criticou o prefeito.
O fechamento de Cuiabá e Várzea Grande é uma recomendação do Governo do Estado, que classificou as cidades por grupos de risco de contágio. A classificação de risco dos municípios é publicada no Boletim Informativo da Situação Epidemiológica da Covid-19, duas vezes por semana, sempre às segundas e quintas-feiras. Na semana passada, os municípios classificados com risco muito alto eram: Alta Floresta, Cáceres, Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião, Primavera do Leste, Rondonópolis, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra e Várzea Grande.
Na semana passada, o Ministério Público Estadual (MPE) protocolou uma ação civíl pública com pedido de tutela de urgência para que fosse decretado o lockdown em Cuiabá e Várzea Grande, de acordo com orientação do Governo do Estado.
Emanuel e a prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM), então, elaboraram um decreto conjunto com o objetivo de evitar o fechamento total das duas cidades. A proposta dos gestores era de instituir um toque de recolher - já vigente na Capital - e diminuir a frota do transporte coletivo, entre outras ações.
Lindote, no entanto, considerou que as medidas apresentadas não se mostraram eficazes e determinou quarentena coletiva na região Metropolitana, inicialmente, por 15 dias, além da implantação de barreiras sanitárias para triagem de entrada e saída de pessoas, permitindo a circulação nas ruas apenas de quem exerce atividades essenciais.
O prefeito de Cuiabá, por sua vez, argumenta que os dados da Secretaria Municipal de Saúde demonstram que 60% dos leitos de UTIs destinados para esses paciente são ocupados pela população do interior. Além disso, cita que a taxa de crescimento de casos na Capital que, nos últimos sete dias, é de 5,7%, continua abaixo da taxa total de Mato Grosso, que atingiu 7%. Nos últimos 14 dias, o número é de 5,6%, para Cuiabá, e 6,5%, para Mato Grosso.
Emanuel pontua que os números demonstram uma clara “interiorização” do vírus. “O SUS é universal e estamos de portas abertas para atender todos os munícipes. Todavia, que respeitem a nossa Capital e não a prejudiquem. Cuiabá está sufocada e, caso confirme essa decisão, será tremendamente penalizada”.
Conforme a decisão da última segunda-feira (22), caso as prefeitura de Cuiabá e Várzea Grande não decretem o lockdown, foi fixada multa diária de R$ 100 mil aos agentes públicos. O magistrado determinou também que o Estado de Mato Grosso, o Município de Cuiabá e o Município de Várzea Grande apresentem a ele, em cinco dias, um planejamento para a ampliação dos leitos de UTI e o cronograma de sua execução.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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