“Esse ano o arroz importado não entrou (por conta do dólar e do aumento do produto mundial) e exportou muito. Esse ano exportamos 1,5 mi tonelada de arroz. Além do dólar estar caro, o importado subiu. O preço vai ajustando. As indústrias não tem onde recorrer, se comprar o importado chega muito mais caro. Por mais que esteja caro internamente, compensa comprar aqui dentro. Este é o cenário”, explicou.
Por outro lado, o presidente do Sindarroz-MT afirma que a próxima safra deve ser boa e haverá uma redução no valor. “A safra começa em fevereiro e até lá vamos vivenciar esse preço, que deve subir um pouco mais. A gente entrou a safra pagando R$ 60 a saca na fazenda. Hoje está R$ 120 e já estão falando em R$ 130. Houve aumento de 100% que não foi repassado. O consumidor final está sentindo agora, mas a gente que tem estoque, vai diluindo os preços, não consegue repassar a alta duas vezes. Mas esses preços tendem a reajustar um pouco mais daqui pra frente. Vai aumentar um pouco mais, não sabemos o quanto. Daqui cinco, seis meses vai dar uma diminuída. Por enquanto, vamos viver esse cenário”, disse.
Na tentativa de viabilizar a importação do arroz, 23 entidades realizaram uma reunião virtual para discutir a queda da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul sobre as importações do cereal de outros mercados, que é de 12%. A maioria das entidades (16) votou pela manutenção da TEC. Com isso, o produto não deve ser importado. Por maios que exista a alta nos preços, o presidente argumenta que ainda compensa consumir o produto brasileiro, até por conta da demora do procedimento. "Se você for importar arroz da Ásia, demora um mês pra chegar", afirma.
Safra 2019/2020
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o novo preço mínimo do arroz da safra 2019/2020 cultivado no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção do Brasil, e em Santa Catarina está em R$ 39,63, uma alta de 8,75% com relação ao valor anterior. Nas demais regiões do país e no Paraná, a correção foi de 10,04% e chega a R$ 47,55.
O preço estabelecido para o arroz é fruto da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), ferramenta utilizada para diminuir oscilações na renda dos produtores rurais e assegurar uma remuneração mínima. Atua como balizadora da oferta de alimentos, incentivando ou desestimulando a produção e garantindo a regularidade do abastecimento nacional.