A médica Dieyne Saugo relatou ao programa Fantástico, da Rede Globo, os momentos que sucederam o ataque de cobra que sofreu na cachoeira Serra Azul, em Nobres (120 quilômetros de Cuiabá), há 2 semanas. Após ficar 8 dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intesiva) de hospitais em Cuiabá e São Paulo, ela segue no hospital Albert Einstein se recuperando das três cirurgias que já realizou após o ataque do réptil.
Com a fala baixa por conta de uma traquestomia, a médica contou que viu quando a cobra entrou em seu colete salva vidas. "Eu vi ela entrando dentro do colete. A picada ocorreu na tentativa de me proteger, quando eu tirei e saí nadando e gritando".
Na entrevista, ela contou que não percebeu a aproximação do animal. "Só senti ela caindo dentro do meu pescoço. Tomei a primeira picada nesta região", falou, apontando para o pescoço. Ela disse que tentou tirar a cobra com a mão esquerda e levou outras duas picadas no braço.
Após ser socorrida ainda no cachoeira, a Dieyne contou o drama para receber atendimento médico. Isso porque, na região não havia soro antiofídico. "Foi desesperador, porque a dor era insuportável. O membro (braço) começou a inchar, eu comecei a vomitar sem parar e a ter hemorragia", relatou.
A situação, porém, poderia ser pior e ter um final trágico. "O médico do Samu falou que se ela tivesse alguma alergia, ela não teria chegado ao hospital em Cuiabá", disse o namorado de Dieyne, que a acompanhava no passeio em Nobres com um casal de amigos.
Com a recuperação em grandes passos, a médica não vê a hora de receber alta e retornar para Cuiabá. "Não vejo a hora de voltar para casa, de ficar perto da minha mãe. Faz uns 10 dias que não a vejo", contou a médica, que contraiu a Covid-19 nos últimos dias.
O ATAQUE E AS QUEIMADAS
As queimadas que atingem todo Estado de Mato Grosso podem seu um dos motivos da aproximação da cobra na cachoeira. Segundo um biológo, devido às queimadas, os animais se deslocam mais o que aumenta a chance de encontrar os seres humanos.
Justamente por isso, a médica garante que não deixará de fazer trilhas e ter contato com a natureza. "É culpa do ser humano, que é inconsequente e faz queimadas". "Eu amo a natureza, tenho uma conexão muito grande. Não vou deixar de frequentar", completou.