A expectativa na rede privada de vacinação em Cuiabá é que já haja ao menos uma vacina contra a covid-19 disponível até abril do próximo ano. A doença já matou quase 1,1 mil moradores da capital mato-grossense desde o começo da pandemia, segundo dados da prefeitura da cidade.
“A gente tem a perspectiva de em março ou abril já termos essa vacina de uma multinacional norte-americana. E, no segundo semestre, que já haja a de uma parceria entre laboratórios britânico e francês”, disse Rosane Argenta, dona da Clínica Saúde Livre.
Rosane disse que ainda não sabe se os laboratórios vão enviar grandes remessas de doses, considerando a demanda mundial pelo imunizante. Por isso, a oferta inicial poderá ser somente para o público de maior risco.
A rede privada é abastecida principalmente por grandes laboratórios multinacionais, frisou a empresária. “São fabricantes de vacinas de longa data”, disse. E torce para que outros pesquisadores logo consigam produzir mais imunizantes. “Todas serão necessárias. Imagine, vamos precisar vacinar toda a população. Quanto mais tiver, melhor”.
Preços
Os custos ao consumidor da vacina da multinacional americana em parceria com uma empresa alemã vão depender, em parte, de como será feito o armazenamento. Testes indicam que a temperatura necessária para manter as doses será de –70ºC. O Brasil não tem ultracongeladores com essa potência - em geral, vacinas são mantidas em temperaturas entre 2ºC e 8ºC.
Sem um ultracongelador, as doses seriam armazenadas em um dispositivo de segurança feito pela própria empresa. Nessas condições, as vacinas poderiam ficar seguras por, no máximo, 15 dias. O tempo médio de validade de outros imunizantes é de dois anos – tirando a da gripe, que vale por um ano, disse Rosaen.
“Se mandarem o dispositivo, isso pode onerar o preço”, disse Rosane.