Retorno presencial de alunos e professores às salas de aula da rede estadual de ensino em Mato Grosso, previsto para o dia 8 de fevereiro, não deve acontecer. A data será mantida apenas para a volta das atividades on-line, enquanto o sistema presencial será suspenso devido ao aumento dos casos da covid-19 nós últimos dias. O adiamento das aulas presenciais deve ser anunciado hoje (15) pelo governador Mauro Mendes.
Secretaria de Estado e Educação (Seduc), que no início do mês informou sobre a retomada do ano letivo de forma híbrida (presencial e online), realizou ontem (14) uma reunião para discutir o modelo de volta às aulas. Durante o debate, que reuniu a Secretaria de Estado de Saúde (SES), Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep) e diversas entidades e conselhos que representam a Educação no Estado, ficou claro de todas as partes que não há, neste momento, condições para um retorno presencial das atividades.
Nesta semana, Mato Grosso atingiu uma taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) de mais de 66%. Enquanto isso, o volume de novos casos chega a mais de 13,4 mil apenas nos primeiros 13 dias do ano. Um levantamento apresentado ontem pela SES apontou que 11.595 casos foram registrados na faixa etária de 0 a 17 anos no Estado. Desse total, 476 precisaram de algum tipo de internação.
Para o secretário Gilberto Figueiredo (SES), os índices são claros e demonstram que não há segurança para um retorno presencial. Afirmou ainda que se os casos continuarem avançando, em 15 dias não haverá mais leitos de UTIs disponíveis em MT. “A capacidade técnica para habilitar um leito demanda em média 30 dias, ou seja, vai faltar leito, estaremos colapsados”.
Figueiredo afirmou ainda que um retorno seguro se dará apenas a partir da vacinação e da redução substancial de casos e internações. “Quando falamos em vacina, não é apenas a aplicação dela, mas o fato de ela começar a proteger a partir de 30 dias após a dose”. Lembrou ainda que a previsão é que a vacinação comece entre os dias 20 e 25 e, mesmo assim, não teremos doses suficiente para toda a população. Segundo ele, mesmo com recursos para aquisição de vacinas, não há quantidade suficiente disponível para ser comprada. Além disso, os professores fazem parte do 4º grupo estabelecido pelo Ministério da Saúde, e ele estima que, com “muito otimismo”, os professores devem ser vacinados no segundo semestre deste ano.