Os lotes com a segunda dose das vacinas da CoronaVac devem começar a ser encaminhados aos 141 municípios de Mato Grosso na próxima quinta-feira (04), segundo o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo. A revelação foi feita em entrevista ao Jornal da CBN Cuiabá, na segunda-feira (1º). Na ocasião, o gestor também explicou a marcha lenta na imunização da população.
“Na quinta-feira, deve ser encaminhada essa segunda dose para os municípios. Esta é a programação”, disse o secretário, que antes havia refutado informações falsas, divulgados pelo deputado Ulysses Moraes (PSL), de que o Estado estaria escondendo vacinas. Gilberto chegou a dizer que o parlamentar tem um “microcérebro”.
Questionado sobre a marcha lenta na imunização da população, Gilberto pontuou que a vacinação em si cabe aos municípios e que o Estado apenas tem a atribuição de distribuir os lotes que recebe do Ministério da Saúde.
“É importante ressaltar que o procedimento de vacinação não é do governo do Estado e sim dos municípios. O Estado recebe, tem uma central de armazenamento e fazemos o encaminhamento para os 141 municípios. Depois de 38 horas, a gente já tinha entregue praticamente tudo”, disse Gilberto.
Segundo o secretário, muitas cidades tinham acabado de trocar de prefeito, por conta das eleições municipais, o que pode servir como uma desculpa para a lentidão. “Alguns secretários tinham recém tomado posse. Dá até para entender, porque as equipes estão sendo formadas. Quero crer que nesta semana consigamos recuperar bem o tempo perdido. Queremos terminar o mais rápido possível a primeira fase”.
Até a última segunda-feira (1º de fevereiro), Mato Grosso havia vacinado 27.675 pessoas, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde ao consórcio de veículos de imprensa, formado por G1, O Globo, Extra, O Estadão de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL. Este montante representa 0,78% da população.
Vacina obrigatória
Na mesma entrevista, o secretário disse que o governo de Mato Grosso irá tornar obrigatória para os profissionais de Saúde do Estado a vacinação contra o novo coronavírus.
“Nesse momento, o que discutimos é proteção coletiva e não direito individual. Dentro de um hospital, não dá para tolerar um profissional da Saúde que se recuse a vacinar. Coloca em risco o funcionamento da unidade e a vida dos colegas”, explicou o secretário.
Por conta disto, o secretário revelou que o Estado irá editar uma portaria que tornará a vacinação dos profissionais obrigatória. “A não ser nos casos em que a legislação proibe, que a vacina não é indicada. Para os que são, nas nossas unidades de saúde será obrigatório”.
“Não dá para termos contratado um profissional da saúde que ja sabia que a unidade é 100%, ele estar lá dentro e não querer se proteger. Não podemos ter baixa, temos dificuldade em substituição. Por isso decidimos vacinar 100% das pessoas que estão no Hospital Metropolitano, Centro de Triagem e no Pronto-Socorro de Cuiabá”, finalizou Gilberto.