A Polícia Federal deflagrou na madrugada desta quarta-feira (19) uma operação para combater fraudes no seguro-desemprego. Além de Goiás, os policiais cumprem os mandados judiciais em Minas Gerais, Mato Grosso e Pará. Segundo a corporação, a quadrilha desviou mais de R$ 3 milhões em benefícios de trabalhadores.
No total, a Operação Stellio Natus visa o cumprimento de 16 mandados, sendo oito de prisão preventiva, dois de condução coercitiva e seis busca e apreensão. Em Goiás, foram realizadas prisões em Goiânia, Anápolis e Caldas Novas. Também são realizadas diligências em Nova Lima (MG), São Félix do Araguaia (MT) e Redenção (PA).
Segundo a PF, há suspeita de envolvimento de uma policial civil do Mato Grosso, esposa do principal investigado, de agentes públicos e prepostos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Segundo a PF, o grupo alvo da operação é suspeito de usar dados de pessoas que tinham direito ao benefício para desviar o envio do Cartão Cidadão. Assim, os integrantes da quadrilha usavam o documento para sacar o dinheiro das vítimas em agências lotéricas.
Os detidos devem ser encaminhados para Anápolis. A corporação destacou, ainda, que os investigados responderão pelo crime de estelionato qualificado, com previsão de pena máxima de cinco anos, aumentada de 1/3 por ter sido cometido em detrimento de instituto de assistência social.
Em nota, o Ministério do Trabalho e Emprego destacou que a operação foi desencadeada a pedido do órgão "para coibir desvios de recursos públicos. O Ministério esclarece que não há servidores da pasta envolvidos com as fraudes, mas sim funcionários terceirizados do Sistema Nacional de Emprego [Sine]. A operação é a primeira na esfera criminal desde que o ministério implantou um sistema antifraude em dezembro passado, que identifica a emissão fraudulenta e pagamentos indevidos do benefício".
Ainda segundo o texto, "o sistema já bloqueou mais de R$ 123 milhões em benefícios fraudados por grupos criminosos em todo o país. O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que as operações vão continuar para que o dinheiro público seja preservado e destinado aos trabalhadores que perderam seus empregos".