A vida do entregador Luiz Augusto de Oliveira Almeida sofreu uma reviravolta negativa após uma campanha publicitária de alimentos industrializados da Sadia. Luiz Augusto afirma que vem sofrendo “bullyng”, e que pelas ruas do bairro onde mora na Capital vem sendo chamado de “presuntinho”.
“Desde que a propaganda do presunto Luís Augusto, divulgada pela Sadia, foi para o ar, a vida do requerente deixou de ser tranquila, passou a ser alvo de brincadeiras nada agradáveis pelas ruas do bairro e até ganhou o apelido de ‘presuntinho’, que para ele, não é nada engraçado”, afirmou trecho da ação redigida pelo advogado Sebastião da Silva Gregório.
Luiz Augusto (o entregador), teria enviado ao Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar) uma queixa pela propaganda publicitária. O órgão teria lhe informado que “seria aberto um processo ético a respeito do anúncio/campanha, e que receberia boletins mensais com o desfecho”. O processo movido contra a Sadia afirma que “isso não se faz com ninguém”.
“Além do apelido desagradável, as pessoas associaram o seu nome a um produto/coisa ruim, como se todo Luiz Augusto fosse má pessoa, de caráter ruim, o que lhe causou problemas psicológicos, agravou sua autoestima. Isso não se faz com ninguém”, diz outro trecho da ação.
Luiz Augusto (o presunto da propaganda) é um personagem de uma campanha publicitária que tenta convencer os consumidores de que a marca com mais qualidade desse tipo de embutido é a da Sadia. O referido presunto aparece com aspecto “envelhecido” dentro de um refrigerador, enquanto os produtos da Sadia apresentam-se em tom “salmão”, criando no imaginário a ideia de se tratar de um produto “fresco” e “saudável” – embora industrializado.
O entregador ainda afirma que a propaganda deixa a entender que a publicidade associa o nome “Luis Augusto” a um produto de “baixa qualidade e objeto de rejeição, como se todo Luis Augusto fosse de péssima qualidade, a última opção”. Ele diz ainda que o presunto que é motivo de chacota no comercial, e que aparece com o rosto de um homem, retrata alguém com “problema mental, tanto que os olhos estão contorcidos”, representando um produto de forma depreciada, “como um lixo”.
Luiz Augusto, diferente do resignado presunto rejeitado da propaganda, afirmou ainda na ação que a Sadia “viola sua dignidade humana mediante lesão a sua dignidade e sua moral”.
CONAR
As pretensões de Luiz Augusto (o entregador) de recebimento de danos morais podem não ser atendidas uma vez que o Conar arquivou um processo administrativo contra a campanha publicitária em setembro de 2016, fazendo com que o comercial, produzido pela agência F/Nazca Saatchi & Saatchi, não necessite de nenhuma alteração.