Promotor diz que deixou Sesp por Taques não ter demitido envolvidos

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Segunda, 15 Maio 2017 | RD NEWS

O promotor do Ministério Público e ex-secretário de Segurança Mauro Zaque disse, por meio de nota, que deixou o governo Pedro Taques (PSDB) porque o tucano não demitiu as pessoas envolvidas no esquema de espionagem. 

Zaque reforça que levou ao governador, em outubro de 2015, a documentação que provava a possível existência de grampos clandestinos sendo operados por agentes públicos ligados ao Executivo, "ao mesmo tempo em que solicitei a exoneração imediata dos possíveis envolvidos”, diz trecho da nota. 

Contudo, Mauro Zaque disse que percebeu  que  Taques não iria exonerar tais pessoas, então decidiu deixar o governo e retornar ao Ministério Público. 

“Cumpri com o meu dever de promotor e de cidadão. Não investiguei ou sequer acusei ninguém. Submeti à apreciação de sua Excelência o Procurador-Geral da República para (tomar) as providências que entender pertinentes”, pontuou em outro trecho. 

O promotor finaliza a nota dizendo que jamais pactuaria com ações rasteiras  covardes “e, por que não dizer criminosas”. 

Mauro Zaque concedeu entrevista ao Fantástico, ao qual confirmou que Taques tinha conhecimento de todo o esquema. O programa foi exibido hoje, mas as informações vieram à tona na quinta. No mesmo dia, o ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques pediu demissão. Ele é suspeito de envolvimento com a arapongagem.

  • Íntegra da nota
  • Sobre os últimos acontecimentos, preciso considerar os seguintes pontos: 
  • 1. enquanto Secretário de Segurança tomei conhecimento da possível existência de grampos clandestinos sendo operados por agentes públicos ligados ao executivo; 
  • 2. promovi uma checagem inicial e constatei que realmente autoridades, advogados, autônomos, políticos poderiam estar sendo vítimas desse esquema criminoso; 
  • 3. com documentação probatória, levei os fatos ao conhecimento do Governador Pedro Taques no início de outubro de 2015, ao mesmo tempo em que solicitei a exoneração imediata dos possíveis envolvidos; 
  • (Solicitar a exoneração daqueles possíveis envolvidos em uma situação criminosa gravíssima como essa, longe de se configurar extorsão, constitui DEVER de todo agente público.)
  • 4. ao perceber que o Governador Pedro Taques não iria exonerar tais pessoas, decidi então deixar o Governo e retornar ao MP; 
  • 5. cumpri com o meu dever de Secretário, de Promotor e de cidadão. Não investiguei ou sequer acusei ninguém. Submeti à apreciação de sua Excelência o Procurador-Geral da República para as providências que entender pertinentes. 
  • 6. eu jamais me permitiria pactuar com ações tão rasteiras, covardes e, por que não dizer, criminosas (grampear advogados, políticos, etc...). 
  • Finalmente, tais atos constituem um atentado contra toda a sociedade, devem ser investigados em sua plenitude e responsabilizados os autores com todo rigor. 
  • Este é um momento sombrio que manchará para sempre a história de Mato Grosso. 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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