Manifestantes se reuniram na manhã deste domingo (21), no Bairro CPA II, em Cuiiabá, para protestar contra o presidente Michel Temer (PMDB) e o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB). O ato, convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos sociais, ocorreu na feira do bairro. A Polícia Militar acompanhou o ato. No entanto, a organização e apolícia não estimaram o público presente.
Com faixas, cartazes e acompanhados de um carro de som, os manifestantes pediam pela renúncia do presidente, que foi citado em uma reportagem publicada pelo jornal ‘O Globo’ na quarta-feira (17). Segundo o jornal, o empresário Joesley Batista, proprietário da JBS, entregou à Procuradoria Geral da República (PGR) a gravação de uma conversa em que Temer dá aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), preso na Operação Lava Jato.
Os manifestantes também pediram pela investigação do governador Pedro Taques, após uma reportagem exibida pelo Fantástico no último domingo (14) denunciar um esquema de espionagem no setor de inteligência da Polícia Militar de Mato Grosso. Pelo menos 80 pessoas tiveram as conversas grampeadas entre outubro de 2014 e agosto de 2015 no estado, entre políticos, médicos, advogados e jornalistas.
Segundo o membro da direção da CUT-MT, Robinson Cireia, o ato realizado visa chamar a população para participar das manifestações na capital, alertar sobre as reformas que estão sendo discutidas no Congresso Nacional e falar da necessidade da convocação de eleições diretas no país.
"Temos que radicalizar a democracia, convocar novas eleições, porque, do jeito que as coisas estão indo, o país vai cair no caos. O povo tem que sair de cima do muro e enxergar que temos uma opção, temos direitos de escolha, não precisamos engolir à força tudo o que está acontecendo. Está claro que a política, da forma como está, com campanhas financiadas por caixa 1, por caixa 2, não funciona. Precisamos de mudanças", afirmou.
Para Cireia, o caminho já previsto dentro da Constituição, de eleições indiretas em caso de renúncia ou impeachment do presidente atual, não pode mais ser seguido.
"Oitenta por cento do congresso recebeu propina ou foi citado nas delações da Lava Jato, então eles não tem credibilidade alguma para eleger um representante. Qual o programa de governo de cada um deles que poderia assumir [no caso das eleições indiretas]? Irão manter as reformas que vão contra os direitos trabalhistas? Eles não dizem para que viriam", disse.