Mais de R$ 3 milhões em recursos públicos foram desviados pela organização criminosa que foi alvo da operação “Convescote”, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), nesta terça-feira (20). Segundo o Gaeco, o montante é oriundo, principalmente, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) e seriam desviados por meio de convênios existentes com a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faesp).
A informação consta no pedido feito pelo Gaeco à 7ª Vara Criminal de Cuiabá, para expedição de mandados de prisão preventiva, busca e apreensão e condução coercitiva dos investigados. No pedido, os promotores afirmam que os desvios supostamente promovidos pelos investigados ocorreram em poucos meses de atuação da quadrilha, entre os anos de 2015 e 2016.
O líder do esquema seria um servidor do TCE. Além dele, outro servidor do órgão, empresários e funcionários da Faesp também foram presos, suspeitos de participarem da organização criminosa.
Por meio de nota, a ALMT afirmou que, na atual gestão, que se iniciou em 02 de fevereiro de 2017, não foi investido nenhum recurso dentro do convênio e que todas as informações relacionadas ao contrato estão disponibilizadas no site da Assembleia, por meio do Portal Transparência.
O TCE declarou que não tem mais parceria com a fundação de ensino e que não tem relação com a gestão da instituição. O órgão afirmou, ainda, que não fará prejulgamento em relação ao envolvimento de servidores na investigação.
Além de verbas da AL e do TCE, os membros da organização também teriam se beneficiado de recursos provenientes da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) e da Prefeitura de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, que também mantêm convênios com a Faesp. O governo estadual informou que ainda irá se manifestar sobre o caso. O G1 não conseguiu contato com a Prefeitura de Rondópolis.