É impossível falar de jangada no seu 29º aniversário sem falar um pouco da sua história, dos primeiros habitantes do povoado passa três, dos tropeiros que levavam o progresso para o norte do estado e para o vizinho estado de Rondônia, sendo reconhecido o ribeirão da jangada como maior afluente do rio Cuiabá é impossível falar da cidade e esquecer o Ribeirão.
Lembrar de Félix José de Trindade, Ricardo Firmo da Cunha, Joaquim Marques da Silva, Antônio de Almeida e Fidêncio Ribeiro. os primeiros empreendedores da vila, Inocêncio Vieira de Almeida, Antônio Borges de Figueiredo e Sebastião Corrêa de Moraes, homens aventuraram na comercio. Os primeiros professores Alcendino Montezuma de Carvalho e Arlindo de Souza Bruno, sendo que o primeiro fez história em jangada e é o menos lembrado.
Lembrar que bem antes que o asfalto chegasse a Jangada por meio da BR 364 antiga BR 029 já se instalava na vila a primeira pastelaria, “iguaria” trazida por senhor Mario Japonês, da Pastelaria jangada e nosso querido Toninho pasteleiro, produto que ao longo dos anos foi tratado apenas como alimento.
No ano de 2001 a prefeitura municipal de Jangada atendendo um pleito nosso criou a secretaria municipal de turismo da qual tive o privilégio de ser o primeiro secretário de turismo do município. Em uma madrugada de lua cheia me veio uma ideia de que poderia transformar os pasteis em “iguaria”, mesmo que para isso tivesse que contrariar a vontade do gestor “mor” .
No raiar do dia procurei um dos proprietária da Pastelaria Tokyo e um dos sócios da pastelaria duas irmãs que aprovaram a ideia e acreditaram que o projeto seria de grande importância para a economia local. Levei a ideia ao gestor “mor” que balançou a cabeça sem muita confiança, mas disse que estava libre para trabalhar o meu projeto.
Conseguimos parte dos recursos pela lei Hermes de Abreu de incentivo à cultura e outra parte por meio de parceiros da inciativa privada e uma contrapartida da prefeitura. Na oportunidade conseguimos associar a gastronomia com apresentações folclóricas de vários municípios, shows regionais e muitos entretenimentos.
Na segunda noite uma fatalidade que ceifou a vida de um jovem da cidade e que nos levou a suspender o evento, mas a confiança de que tudo deveria continuar ficou cravado na minha mente, logo em seguida fui até o gestor “mor” para anunciar a data do segundo festival. Ele foi enfático de que não deveria contar com apoio da prefeitura, se quisesse a única coisa que emprestaria seria a logomarca da prefeitura.
A posição dele foi uma Alavanca para que eu pudesse me desafiar e mostrar que o meu desejo e a vontade do povo não deveria ser tolhido pela ação isolada de um gestor “mor” que não conseguia enxergar a importância de dar importância as coisas pequenas, mas de relevância.
Busquei apoio da Secretaria de estado de desenvolvimento do turismo, na pessoa do secretário a época Jeferson Messias, parceiros da iniciativa privada, empresas e amigos de vários segmentos, públicos e privados. O evento foi sucesso independente da participação do poder público municipal.
Hoje 17 anos depois o município realizou a 12º edição deste evento, foi um sucesso e público, o evento faz parte do calendário turístico cultural do estado. Alguns que de repente torciam para que o evento não fosse sucesso certamente estão com a cabeça doendo até agora. Parabéns ao prefeitura municipal na pessoa do prefeito Garrincha e a toda equipe organizadora.
Quero ressaltar que o sucesso do evento para refletirmos de como fazer melhor a 13º edição, pois sempre temos espaço para fazer melhor, precisamos crescer sempre e procurar fazer a diferença, quero encerrar a escrita desse texto com uma frase do grande físico, matemático e inventor. Arquimedes, que diz.
Daime uma alavanca bem comprida e um ponto de apoio bem forte e sozinho moverei o mundo. (Valdizar Andrade)