Obras em Jaciara e Rosário Oeste são objeto de investigação de Ministro e Senador

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Terça, 03 Outubro 2017 | FolhaMax
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve apurar o suposto envolvimento do ministro da Agricultura, Blairo Maggi e do senador Cidinho Santos, em um esquema de “caixa 2” por meio de doações do frigorífico Marfrig, denunciado na delação do ex-secretário Pedro Nadaf.
Após homologar o acordo de Nadaf, ele determinou a instauração de petição apartada nos autos para análise e adoção das providências cabíveis.
Fux também impôs o compartilhamento do anexo com o Ministério Público de Mato Grosso, em razão de a narrativa dos fatos indicar possíveis atos de de improbidade administrativa.
Doações da Marfrig
Segundo relatou Pedro Nadaf em um dos depoimentos prestados junto ao Ministério Público Federal (MPF), durante a campanha de 2010, ele, o ex-governador Silval Barbosa e o senador Cidinho pediram apoio financeiro para a campanha eleitoral à Marcos Molina, diretor presidente do Grupo Marfrig.
O colaborador narrou que na reunião com o dono do frigorífico, Silval alegou que a empresa deveria ajudar na campanha política, e que em troca receberia redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por meio de incentivos fiscais.
“Durante a reunião, Silval Barbosa deixou claro a Marcos Molina que o Grupo Marfrig, por possuir investimentos em Mato Grosso e ainda contar com projetos de novos investimentos, deveria o auxiliar em sua campanha política; em troca dessa ajuda, Silval Barbosa prometeu retorno de apoio ao Grupo Marfrig no tocante a redução de ICMS, por meio de incentivos fiscais”, contou o ex-secretário.
Diante do pedido, Molina se comprometeu em doar R$ 5 milhões, mas disse “que iria estudar melhor e depois daria uma resposta definitiva”.
Contudo, passados alguns dia, segundo Nadaf, o empresário acabou confirmando que auxiliaria a campanha.
“O Grupo Marfrig aceitou contribuir na campanha justamente por conta do retorno do montante desembolsado que iria usufruir em razão da redução tributária na carne”, destacou.
"Apenas parte do valor de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) foi doada oficialmente para a campanha ao senado de Blairo Maggi e parte para a campanha ao governo de 2010 de Silval Barbosa, não sabendo o Declarante descriminar o valores", explicou.
Ainda houve doação de valores por meio da construtora Trimec.
“Houve uma terceira parte do montante de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) que foi repassada para Silval Barbosa através da empresa construtora Trimec, não sabendo o Declarante discriminar quando foi tal divisão de valores. O recebimento desse dinheiro por Silval Barbosa através da Trimec ocorreu através de um contrato simulado de obras de terraplanagem em Jaciara e Rosário Oeste com a empresa Pampeado (empresa do grupo Marfrig), a qual transferiu o valor destinado a Silval Barbosa para a construtora Trimec e esta, por sua vez, repassou os valores oriundos do Grupo Marfrig que havia sido acertado, ao governador”.
O ex-secretário também destacou que "não se recorda ao certo das tratativas posteriores, pois parte das tratativas foram feitas por Cidinho, que na ocasião era suplente de Blairo Maggi e assim também buscava apoio para sua campanha, bem como que era quem do grupo possuía maior contato com o dono da empresa.
“Como o Grupo Marfrig iria receber de volta muito mais do que os R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) que estava doando para as campanhas políticas através dos incentivos fiscais que Silval Barbosa barganhou por tal apoio financeiro, considera o Declarante tal auxílio para campanha do governador também como dinheiro de propina, eis que foi ressarcido à empresa através dos incentivos fiscais, deixando assim o Estado de receber milhões de tributos do Grupo Marfrig”, finalizou.
Outro lado
A assessoria do senador Cidinho afirmou, por telefone, que ele somente apresentou Marcos Molina a Silval e Nadaf, negando que o senador tenha participado de outras reuniões após isso, bem como de ter feito acordos com o frigorífico para receber ajuda na campanha eleitoral.
A reportagem tentou entrar em contato com Blairo Maggi por telefone, mas as ligações cairam direto na caixa postal.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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