Dados do Ministério da Educação (MEC) por meio da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) de 2016, divulgados nesta quarta (25), realizados em três quesitos, apontam que 71,9% dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental da rede pública de Mato Grosso tiveram um desempenho considerado satisfatório em relação à escrita.
Nos quesitos leitura e matemática, as avaliações satisfatórias foram atingidas por somente 46,6% e 46,2% dos alunos, respectivamente nas matérias.
As provas foram feitas em 48 mil escolas e analisaram o desempenho de mais de 2 milhões de crianças. Os resultados demonstraram uma estagnação no aprendizado no país, tendo em vista que os números são bem similares aos de 2014. Quase 90% dos estudantes avaliados possuíam 8 anos ou mais quando fizeram a prova.
Apesar das avaliações irregulares, Mato Grosso conseguiu estar acima da média nacional nos níveis considerados satisfatórios nas três habilidades avaliadas pelo MEC.
Modalidades
As habilidades foram niveladas por categorias, que tinham aspectos específicos de avaliação. No caso da escrita, onde Mato Grosso registrou o melhor desempenho, os níveis variavam entre 1 e 5, sendo que o primeiro é considerado “elementar” e o segundo “desejável”.
Em relação ao específico, o Estado esteve com a grande maioria dos alunos nos níveis 4 e 5, considerados desejáveis pelo MEC. No nível 4, os estudantes eram capazes de “escrever ortograficamente palavras com diferentes estruturas silábicas. Quanto à produção de textos, provavelmente atendem à proposta de dar continuidade a uma narrativa, embora possam não contemplar todos os elementos da narrativa e/ou partes da história a ser contada”, por exemplo.
Quando a habilidade analisada foi a leitura, cuja avaliação ia de 1 a 4, o desempenho dos mato-grossenses foi pior. Somente 46,6% dos alunos tiveram uma performance considerada satisfatória pelo MEC (nos níveis 3 e 4), sendo que outros 53,3% ficaram nos níveis 1 e 2, considerados insuficientes pela pasta.
Exemplificando, os alunos que ficaram no nível 1 em leitura podiam “ler palavras dissílabas, trissílabas e polissílabas com estruturas silábicas canônicas, com base em imagem”.
Na matemática, que também tinha avaliação entre 1 e 4, um montante de 53,7% das crianças avaliadas ficaram nos dois primeiros níveis, considerados insuficientes pelo MEC. No primeiro nível os alunos conseguiam “contar objetos dispostos em forma organizada ou não e comparar medidas de comprimento em objetos do cotidiano”.
A título de comparação, os apenas 26,4% dos mato-grossenses classificados no nível 4 conseguiam “resolver problema de subtração como operação inversa da adição¸ com números naturais; problemas com a ideia de comparar números naturais de até três algarismos e problema de multiplicação com a ideia de proporcionalidade”.
Planos de emergência
Por causa dos números ruins da ANA, o MEC aproveitou para lançar também nesta quarta a Política Nacional de Alfabetização. O projeto visa combater o cenário avaliado como “preocupante” pela pasta, sendo que para isso serão melhorados aspectos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), da formação dos professores e do Programa Nacional do Livro Didática (PNLD).
O Ministério também anunciou a criação do Programa Mais Alfabetização, que deve atender, a partir do próximo ano, 4,6 milhões de alunos em todo o país com a presença de assistentes de alfabetização, que trabalharão em conjunto com os professores em sala de aula. A expectativa é contar com 200 mil turmas em todos os municípios brasileiros, entre os 1º e o 2º anos do ensino fundamental.